"Só quem vem a Iconha consegue ver a situação de destruição e calamidade que temos aqui."
A declaração é do governador Renato Casagrande, que neste
sábado (18) está visitando as cidades mais atingidas pelas fortes chuvas da
noite desta sexta-feira (17), no Sul do Espírito Santo.Seis pessoas
morreram e há casos de desaparecidos,
desabrigados e desalojados. Iconha e Alfredo Chaves vão decretar estado de
calamidade pública, pois foram municípios onde ocorreram mortes.
O governador explicou que o Estado vai ajudar na reconstrução
da cidade e também vão auxiliar os moradores com linhas de financiamento
subsidiado e cartão reconstrução, por exemplo.
"Mandamos um posto de saúde, porque o hospital foi
destruído. Estamos resgatando as pessoas, orientando quem vive em áreas de
risco. Os caminhões-pipa chegaram para limpar a cidade. Depois vamos
reconstruir a cidade. Prédios estão condenados, porque embora não tenham caído,
as estruturas estão comprometidas", disse o governador sobre Iconha.
No município, em virtude do temporal, o rio que corta a
cidade subiu mais de 4 metros e a correnteza saiu arrastando o que havia pela
frente, inclusive vários carros. A água invadiu vários imóveis, chegando ao
segundo andar de muitos deles.
Em Iconha, uma pessoa morreu ao ser levada pela enxurrada,
enquanto um homem foi encontrado morto no quintal de uma casa. A suspeita é que
ele tenha morrido afogado devido aos alagamentos. Esses dois casos aconteceram
na localidade de Bom Destino, interior do município.
A terceira morte em Iconha foi confirmada pelos bombeiros na
tarde deste sábado e ocorreu na localidade de Campinho. A pessoa ainda não foi
identificada.
Já em Alfredo Chaves, município onde mais choveu até agora
(foram 249,2 milímetros nas últimas 24 horas), um casal de idosos morreu
soterrado em um deslizamento de terra no bairro Cachoeirinhas. O neto do casal,
que também estava em casa, foi resgatado. Ele foi levado para o Hospital São
Lucas, em Vitória, onde foi atendido e recebeu alta na tarde deste sábado.
Uma terceira morte na cidade foi confirmada na comunidade de
Recreio, a cerca de 20 km do Centro de Alfredo Chaves. A prefeitura afirma que
uma quarta pessoa encontra-se em estado grave.
Os municípios também contabilizam inúmeros prejuízos. Ruas
ficaram alagadas, casas foram invadidas pela água e carros e árvores foram
arrastados pela força da correnteza.
Em Iconha, uma passarela desabou. Até mesmo o hospital Danilo
Monteiro de Castro foi coberto até o segundo andar pela água das chuvas.
A BR-101 no km 377, que corta o Centro de Iconha, precisou
ser interditada em função das consequências do temporal. Outro ponto da
rodovia, o KM 434, em Atílio Vivácqua, houve deslizamento na tarde desta sexta
e a pista chegou a ficar interditada, mas já foi totalmente liberada.
Em Alfredo Chaves, além do soterramento, uma barreira caiu em
São Marcos. O Ginásio de Esportes Municipal está aberto para receber as
famílias desalojadas.
O número de pessoas desabrigadas e desalojadas, além do
número de desaparecidos, ainda não foi contabilizado.
O tenente-coronel Wagner, que é porta-voz do Corpo de
Bombeiros, explicou que a prioridade das equipes é ajudar e salvar o maior
número de pessoas. "A parte burocrática vai ficar para depois. Nossa
prioridade é o salvamento das pessoas, não queremos que ninguém mais morra em
virtude dessas chuvas", disse.
G1/ES
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