Operação
Boca de Lobo cumpre mandados expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça.
Delator afirma que Pezão recebia mesada de R$ 150 mil quando era vice de
Cabral.
Está preso
Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro. A força-tarefa da Lava Jato
deu voz de prisão contra o político por volta das 6h desta quinta-feira (29) no
Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado. A Operação Boca de
Lobo é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de
Sérgio Cabral, que também está preso, de quem Pezão foi vice.
Comboio da
Polícia Federal deixou o palácio com o governador preso às 7h35. Ele está a
caminho da Superintendência da PF, na Praça Mauá.
Segundo o
Ministério Público Federal, Pezão operou esquema de corrupção próprio, com seus
próprios operadores financeiros. Há provas documentais do pagamento em espécie
a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.
Na avaliação
da força-tarefa da Lava Jato, solto, o governador poderia dificultar ainda mais
a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em
decorrência da prática criminosa. Segundo o MPF, o esquema de corrupção ainda
estava ativo.
O G1 entrou
em contato com a assessoria do governo do estado às 7h e aguarda resposta. Com
a prisão de Pezão, assume Francisco Dornelles, seu vice.
Resumo
A prisão
preventiva foi determinada pelo STJ;
São nove
mandados de prisão, incluindo a de Pezão, e 30 de busca e apreensão;
A decisão
foi baseada em delação de Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral;
A Justiça
determinou o bloqueio de R$ 39 milhões em bens;
São
investigados os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e
corrupção ativa e passiva.
Pezão é o
quarto governador do Rio a ser preso.
Os nove
presos
Luiz
Fernando Pezão, governador do Estado do Rio de Janeiro
José Iran
Peixoto Júnior, secretário de Obras de Pezão
Affonso
Henriques Monnerat Alves da Cruz, secretário de Governo de Pezão
Luiz Carlos
Vidal Barroso, servidor da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico
Marcelo
Santos Amorim, sobrinho do governador
Cláudio
Fernandes Vidal, sócio da JRO Pavimentação
Luiz Alberto
Gomes Gonçalves, sócio da JRO Pavimentação
Luis
Fernando Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis
César
Augusto Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis
A Polícia
Federal cumpre ainda 30 mandados de busca e apreensão. Um deles é na casa de
Pezão em Piraí, no Sul do estado, base do governador.
Há equipes
também no Palácio Guanabara, sede do governo, em Laranjeiras. Motoristas que
passavam em frente, na Rua Pinheiro Machado, buzinavam, em sinal de
comemoração.
A ordem de
prisão preventiva foi expedida pelo ministro Felix Fischer, do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), onde governadores têm foro.
Atualmente,
dos três poderes do Estado do Rio, estão presos o governador e o ex-presidente
da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani.
Boca de Lobo
Carlos
Miranda detalhou o pagamento de mesada de R$ 150 mil para Pezão na época em que
ele era vice do então governador Sérgio Cabral. Também houve, segundo a
delação, pagamento de 13º de propina e ainda dois bônus de R$ 1 milhão como
prêmio.
Segundo o
depoimento à Justiça, o "homem da mala" do ex-governador Sérgio
Cabral disse que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, guardou
R$ 1 milhão em propina com um empresário do Sul Fluminense.
O nome da
operação faz alusão aos desvios de recursos, revelados nas diversas fases da
Operação Lava Jato, que causa a sensação na sociedade de que o dinheiro público
vem escorrendo para o esgoto.
Boca de Lobo
é o dispositivo instalados em vias públicas para receber o escoamento das águas
da chuva drenadas pelas sarjetas com destino às galerias pluviais.
O trecho da
delação, homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal,
foi revelado pelo jornal O Globo em abril.
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