No dia 1 de junho o Bispo Auxiliar de Niterói, Dom Luiz
Antônio Lopes Ricci fará palestra Políticas Públicas de Saúde em defesa da vida
e da dignidade humana no Salão da Paroquia São José do Avahi em Itaperuna. Apos
a palestra será realizada um tarde de autógrafos do livro A morte social:
Mistanásia e Bioética.As inscrições podem ser feitas na Livraria Santo
Agostinho. O evento é uma realização da Pastoral da Comunicação com a Pastoral
da Saúde da Diocese de Campos e faz parte do Projeto Comunicação & sociedade.
- Debater a temática Políticas Públicas e colocar em destaque
outras situações sociais que precisam ser colocada em debate nesse tempo de
muitos problemas sociais que afetam a vida e a dignidade humana. O Projeto tem
como importância rever esses problemas e conscientizar a sociedade desses
agravantes que remetem a uma ação governamental, mas que cada um faça sua parte
paara diminuir tantas situações contra a vida e a dignidade da pessoa humana. -
destaca Padre Maxiliano Barreto - Coordenador da Pastoral da Comunicação da
Diocese de Campos.
Dom Luiz Antônio informa que a Igreja Católica se volta para
situações existenciais do povo brasileiro. “Nesta fase, a Igreja, com a
realização das CF, tem contribuído ao evidenciar situações que causam
sofrimento e morte em meio ao povo brasileiro, nem sempre percebidas por
todos”. A CF, com a sensibilização e o chamado ao comprometimento é, sem
dúvida, um caminho de conversão. e fala da necessidade de debater o tema.
- Estimular a participação em políticas públicas, à luz da
Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o
bem comum, sinais de fraternidade”. Políticas Públicas, como resolução de
problemas urgentes e persistentes, “são as ações do Estado ou do Governo na
solicitude para com os mais necessitados. Tornam-se para todos os cidadãos
expressão do Direito e da Justiça. Como cristãos, som. - pontua o bispo.
Dom Luiz informa que a Mistanásia, neologismo cunhado em
1989, por Márcio Fabri dos Anjos, teólogo bioeticista, para designar a morte
precoce e evitável, miserável e infeliz, antes da hora. Trata-se de um final de
vida injusto. Ao fazer uma contraposição entre eutanásia e mistanásia, ele
afirma, categoricamente, em seu texto referencial que tanto o viver quanto o
morrer devem ser revestidos de dignidade. Não se trata de matar, ajudar ou
deixar morrer, mas de morte antecipada e totalmente precoce (“anacrotanásia”)
por causas previsíveis e preveníveis, mortes escondidas e não valorizadas.
Nasce uma bioética profética, crítica, afirmativa e preventiva.
- A mistanásia é geralmente a morte do pobre, resultado de
uma vida precária e com pouca ou nenhuma qualidade. É uma morte indireta,
causada pelo abandono, omissão ou negligência social e também pessoal. Por essa
razão conceituamos como “Morte Social”.O desvelamento da morte silenciosa
também é um modo de se atribuir justiça às suas vítimas, insistindo no
argumento da responsabilidade moral pela vida confiada: a morte mistanásica “do
outro” é sempre um evento “dos outros”; implica não deixar morrer. Mistanásia é
um conceito de grande poder provocatório e convocatório, sobretudo no campo
ético-moral, justamente por ser capaz de deslocar o foco ao situar a morte
precoce na esfera do “mal evitável”, evocando o princípio moral de “evitar o
mal”. A morte é comum a todos, contudo a desigualdade
social pode antecipá-la, tornando-a “desigual”, com sérias
implicações éticas. A morte natural é inevitável e deve ser acolhida e não
removida da existência. - relata Dom Luiz.
O Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde, Alex Mota
destaca as frentes de debates o problemas está o subfinanciamento do SUS e as
conseqüências da Emenda Constitucional (EC) 95, que congela os investimentos em
saúde pública, até 2036. Essa emenda causará um prejuízo estimado em R$ 400
bilhões para o SUS.
Com objetivo de reverter essa situação vários seguimentos da
sociedade civil vêm se mobilizando no fortalecendo a cidadania para contribuir
no Controle Social em Conselhos de Direitos. Dessa forma o Conselho Nacional de
Saúde tem se mobilizado para revogar essa decisão e precisa contar com nosso
apoio, e das entidades e movimentos sociais na ampliação do abaixo assinado
contra a EC 95.
A Pastoral da Saúde em todos níveis de circunscrição pastoral
vem sensibilizando coordenadores e agentes, para que os mesmos se tornem
multiplicadores, levando informação para a população das comunidades nas quais
eles atuam, sobre a necessidade de incentivar as pastorais, comunidades
cristãs, associações religiosas e movimentos eclesiais com ações que levem as
resoluções de problemas sociais no processo de reformulação das Políticas
Públicas numa ação conjunta em defesa do SUS. – destaca Alex.
FONTE: RICARDO GOMES
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