Sete pessoas, entre vereador, secretários municipais e
servidores da prefeitura de Guaçuí foram presos preventivamente na manhã desta
quinta-feira (16), durante a Operação Ouro Velho, deflagrada pelo Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Sul), com apoio do
Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do Ministério Público e da Polícia
Militar.
Foram presos na operação o presidente da Câmara de Municipal
de Guaçuí, Laudelino Alves Graciano; o secretário municipal de Agricultura,
Edielson de Souza Rodrigues; o secretário municipal de Educação, Vanderson
pires Vieira; o subsecretário de finanças, Arivelton dos Santos, os membros da
comissão de licitação Gilmar Luzente e Jean Barbosa Soares e o presidente da Cooperativa de Transportes de
Alegre (Coopersules), Carlos Magno da Silva. Os detidos serão levados para o
Centro de Detenção Provisória de Marataízes e para o Centro de Triagem de
Viana.
Por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça,
verificou-se que a Subsecretaria de Finanças, a Comissão de Licitação e a
Presidência da Câmara de Guaçuí viraram um autêntico balcão de negócios para os
envolvidos no esquema.
O valor total do rombo aos cofres municipais de Guaçuí ainda
depende das análises dos contratos apreendidos.
Fora dos cargos
Segundo o MPES, os seis servidores municipais foram afastados
dos cargos, até o final do processo. O secretário municipal de Saúde, Márcio
Clayton da Silva, também foi afastado do cargo. Ele é réu no processo.
Durante a operação também foram cumpridos 13 mandados de
busca e apreensão, nos municípios de Guaçuí e Alegre. Todos os mandados foram
expedidos pelo juízo da comarca de Guaçuí, a pedido do MPES.
Os policiais estiveram nas residências dos investigados, na
subsecretaria de Finanças, nas secretarias de Saúde e de Educação da Prefeitura
de Guaçuí, na Comissão de Licitação, na Presidência da Câmara Municipal e nas
sedes da Coopersules. Documentos, computadores e celulares foram apreendidos.
Os presos na operação serão ouvidos e o material será analisado pelo MPES.
A operação recebeu o nome “Ouro Velho”, por que um dos
servidores presos trabalha há mais de 20 anos na prefeitura de Guaçuí.
De acordo com o MPES, o objetivo da operação é desarticular
uma organização criminosa formada por servidores públicos de setores da
Prefeitura e da Câmara de Guaçuí que atua para obter direta e indiretamente
vantagem econômica com a prática de diversas infrações penais.
Esquema
As investigações revelaram que os integrantes da quadrilha se
uniram para combinar editais, frustrar procedimentos licitatórios e divulgar
dados sigilosos – como quem participaria das concorrências-, quais as propostas
feitas e quem ganharia o certame.
Foi constatado que as fraudes às licitações ocorriam a partir
da elaboração dos editais, para permitir a vitória das partes interessadas.
“Há, portanto, indícios contundentes das práticas dos crimes de organização
criminosa, fraude em licitação e peculato”, diz nota do Ministério Público.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura Municipal de Guaçuí, afirmou que não
tem conhecimento, de forma oficial, sobre o motivo da operação nem mesmo o
envolvimento dos servidores investigados.
Disse ainda, que deve ser notificada pelo Ministério Público
nas próximas horas e que está colaborando com as investigações. O Executivo
permaneceu fechado durante a manhã de hoje (16) para atuação dos agentes do
Gaeco mas retornou às atividades logo após o fim das diligências.
FONTE: AQUI NOTICIAS
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