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03/06/2019

VAVADO, O PREFEITO “ABRE PORTAS” QUE MORREU INELEGÍVEL

                                EX-PREFEITO DE CAMBUCI,OSWALDO BOTELHO - FOTO REPRODUÇÃO 

Os dias que abalaram a vida do  ex-governante de Cambuci (RJ), o homem afastado da vida pública acusado de terceirizar a Prefeitura

No cemitério de São João do Paraíso, distrito de Cambuci, jaz Oswaldo Botelho, o popular Vavado, ex-prefeito desta pequena cidade do Noroeste Fluminense, no interior do Estado do Rio.

Era uma figura simplória e crédula. O hábito interiorano e a fama de bom interlocutor entre eleitores locais e políticos de alto calibre o transformou em abre portas nos Palácios.

Era amigo pessoal de figuras como Francisco Dornelles (PP), que arrumava espaços na agenda para recebê-lo. Vavado, como todo interiorano, era sempre uma visita inesperada. Tinha trânsito fácil entre desembargadores, principalmente, entre os conterrâneos do Noroeste Fluminense que conseguiram subir os degraus da magistratura. 

Presenciou momentos históricos da política nacional. Foi testemunha ocular do movimento para eleição de Tancredo Neves, com quem se encontrou em Minas Gerais, levado pelo primo e mdebista histórico, Ecil Batista.

Sua última experiência na administração pública foi a partir de 2009, quando ganhou a eleição para governar Cambuci. Era um homem já castigado pelas trombadas no ambiente inóspito da velha política.

Encontrou uma Cambuci bem diferente de sua primeira administração, na década de 80. Os mecanismos administrativos eram outros e os órgãos de controle externo bem mais atuantes.

O seu antecessor no cargo, por exemplo, o médico William Cardoso Portes, foi preso por corrupção depois de deixar o governo. Ficou em solitária e morreu no Hospital de Itaperuna (RJ) vestindo fralda geriátrica. 

Vavado não chegaria a tanto, mas seria varrido do poder por uma tempestade devastadora. Foi afastado do cargo e encerrou a vida pública inelegível por uma acusação atípica: teria terceirizado a Prefeitura em troca de um salário de R$ 160 mil por mês, conforme atesta cópias do processo do Tribunal de Justiça.

Se por um lado tinha boas relações, por outro lado tinha o hábito de cochilar diante dos processos e como diz o velho ditado, “o direito não socorre aos que dormem”. Alguns processos de Vavado, alguns no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), foram julgados à revelia.

Vavado morreu em junho de 2017, aos 83 anos. Foi sepultado sem grande alarde, seguindo a discrição que adotou nos seus últimos anos de vida, mas detalhes deste episódio, com depoimentos do personagem, estão no forno para virar livro a ser publicado pela editora Fonte Exclusiva. 

FONTE: PORTAL VIU 



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