A prevenção de mortes decorrentes de doenças cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC) e a endocardite, é um dos temas do 5º Fórum Siga seu Coração, que ocorre em Brasília. De acordo com a plataforma Cardiômetro, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 289 mil pessoas morreram em decorrência dessas patologias, no país, até as 15h desta terça-feira.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta as doenças
cardiovasculares como a principal causa de morte no mundo. Em seu levantamento
mais recente, que apresenta dados de 2015, a entidade informa que, naquele ano,
o total de óbitos envolvendo essas enfermidades chegou a 17,7 milhões. O número
representou 31% das mortes registradas em âmbito global.
O diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC,
Fernando Costa, disse que a hereditariedade pode favorecer o desenvolvimento
desse tipo de doença. "Por outro lado, nós temos os fatores modificáveis.
Quais são? Obesidade, circunferência abdominal, sedentarismo, hipertensão,
diabetes e colesterol. Eu posso modificá-los, não posso? Tomo remédio, faço
exercício. Quando você não modifica isso, há o que chamamos de estresse
oxidativo. Isso causa um problema no vaso, nas artérias, principalmente".
Segundo Costa, a medida que mais faz diferença é a adoção de
um estilo de vida saudável, que alie dieta alimentar adequada à prática de
exercícios físicos. "Prevenir é prolongar uma vida saudável", disse.
Como sugestão às pessoas que têm dificuldade para se manter
fisicamente ativas, o cardiologista simplifica, indicando caminhadas e o uso de
aplicativos que contem os passos dados ao longo do dia. "Dez mil passos
por dia e você tem atividade física", disse.
Além do sedentarismo, o tabagismo e o uso abusivo de álcool
são outros fatores de risco, no caso das doenças cardiovasculares. A apneia do
sono, por sua vez, pode aumentar em 3,7% as chances de uma pessoa desenvolver
tais enfermidades.
Atividades físicas
Em julho deste ano, o Ministério da Saúde divulgou uma
atualização da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Uma das taxas que
apresentou alta, na comparação de 2009 com 2018, foi a relativa à parcela da
população que se exercita no tempo livre. No período analisado, a proporção
subiu de 30,3% para 38,1%.
O estudo revelou ainda que a dedicação a uma rotina de
exercícios que dure ao menos 150 minutos semanais é algo mais comum entre
homens (45,4%) do que mulheres (31,8%). Adultos com idade entre 35 e 44 anos
geraram o aumento mais expressivo na última década, de 40,6%.
Ainda conforme a pesquisa, a taxa global de inatividade
física sofreu queda de 13,8% em relação a 2009. O percentual de inatividades
das mulheres é de 14,2% e o dos homens, ligeiramente inferior, de 13%.
O governo federal destaca o lançamento do Plano de Ações
Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT) como a ação mais significativa para a diminuição no número de
internações e óbitos resultantes de doenças cardiovasculares. Na base do plano
está a expansão da Atenção Básica, que conta, atualmente, com 42,9 mil unidades
básicas de Saúde em funcionamento e 263,4 mil agentes comunitários de Saúde em
todo o país. Ao todo, as 42,6 mil equipes de Saúde da Família atendem a 64,6%
da população.
Fonte: Agência Brasil
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