Avaliação considerou dados sobre infraestrutura, gestão fiscal, capital humano e potencial de mercado de cada cidade.
Uma ferramenta criada pelo Instituto de Desenvolvimento
Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) elencou os municípios do
Estado com os melhores ambientes de negócios. No estudo, inédito no Estado,
foram considerados 39 indicadores reunidos em quatro grupos principais:
infraestrutura, potencial de mercado, capital humano e gestão fiscal.
A partir desses dados, foi calculado um índice para cada
cidade capixaba. Quanto maior o número, maior é a possibilidade de atração de
investimentos. A cidade com o melhor resultado foi Vitória, com 7,11 pontos. Em
seguida vem Colatina e Aracruz, com 6,31 e 6,27 respectivamente. Entre os
municípios com os menores índices estão Fundão, Apiacá e Irupi.
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do
Espírito Santo (Findes), Léo de Castro, o projeto tem dois objetivos: o primeiro
é balizar as escolhas de novos investidores interessados a se instalarem no
Estado. O segundo é fornecer uma ferramenta de gestão aos chefes do executivo
municipal. Sabendo seus pontos fortes e fracos, eles poderão escolher onde e
como investir seus recursos.
“Vai ajudar muito a organizar o debate sobre quais são os
projetos de fato relevantes para aquele município. A gente sai de uma situação
de meias verdades para uma situação de fatos e dados. Bem utilizado, ele pode
ser uma força muito grande para que a gente pode trazer os investimentos que
são necessários”, disse.
O diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive, explica que,
para que a comparação fosse feita de forma mais ajustada, os 78 municípios do
Estado foram separados em seis grupos - chamados de “clusters” no estudo. Esses
conjuntos reúnem cidades que são similares em tamanho da população e em
desenvolvimento.
“A nossa equipe avaliou todas as metodologias utilizados nos
indicadores mais relevantes para escolher um conjunto de variáveis que pudesse
ser aplicado a todos os municípios do Estado. Mas para fazer mais sentido, é
mais interessante que a comparação seja feita dentro do próprio cluster”,
afirmou.
Para ele, o acesso a informações precisas e relevantes é
fundamental para alavancar a economia, principalmente no interior. “Há um
consenso entre economistas de que a baixa produtividade da economia brasileira
é o grande responsável pelo baixo crescimento econômico no longo prazo. O
ambiente de negócios, em sentido amplo, é uma das causas prováveis dessa baixa
produtividade”, disse.
Dentro da plataforma, é possível ainda gerar um relatório
específico com o diagnóstico de cada cidade indicando quais os pontos fortes e
onde são necessários investimentos. São considerados desde o desempenho das escolas
em avaliações nacionais, saneamento, fornecimento de energia, acesso à
internet, até a pavimentação das estradas e taxas de homicídio.
“É uma ferramenta que nos proporciona condições para que a
gente se organize e atraia novos negócios para as nossas cidades. Num momento
de dificuldades, nos dá condições para melhorar o trabalho das prefeituras.
Isso nos ajuda a pensar a cidade para o futuro”, avalia o presidente da
Associação de Municípios do Espírito Santo (Amunes), Gilson Daniel.
Gazeta Online
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