Diretores dos hospitais contratualizados, Plantadores de
Cana, Santa Casa, Beneficência Portuguesa e Álvaro Alvim voltaram a denunciar
nesta quinta-feira (23/01), que diante do não pagamento pelos serviços
prestados a Prefeitura de Campos, a saúde do município chegou ao “caos”.
O presidente do Hospital Plantadores de Cana (HPC), Frederico
Paes disse que a unidade recebeu um aviso de corte de energia por falta de
pagamento nos últimos três meses.
“A situação do HPC é a mais crítica. Recebemos um aviso de
corte da empresa de energia. Já comunicamos a situação ao Ministério Público
(MP) e ao Judiciário. 70% da receita do hospital vem do poder público
municipal, e estamos há seis meses sem receber da Prefeitura. Recebemos uma
parcela através da justiça, e outra do estado. De forma espontânea, o município
não fez um pagamento. Nossos funcionários estão passando necessidade.
Conseguimos com uma rede de supermercado um vale para que possam suprir
necessidades básicas “ afirmou Frederico Paes.
Na tarde desta quinta-feira a direção dos Plantadores vai
decidir sobre o possível fechamento do hospital.
“Realizamos 350 partos por mês, e mais de 250 mil
atendimentos, não podemos continuar funcionando sem receber pelos serviços
prestados e com o salário dos nossos colaboradores atrasados.
O diretor do Hospital Álvaro Alvim, Geraldo Venâncio, explica
que mesmo com as dificuldades com atraso no pagamento a unidade vem
funcionando.
“Precisamos esclarecer que o hospital só recebe pacientes
autorizados pela Secretaria de Saúde do município” explicou Geraldo Venâncio.
DENÚNCIA
O diretor da Santa Casa de Misericórdia, Cleber Glória fez
uma grave denúncia contra o município.
“O que está acontecendo é um desmonte na saúde de Campos. Não
há respeito com os hospitais, médicos estão pedindo exoneração, não há reserva
de medicamentos. Ferreira Machado e Hospital de Guarus estão destruídos do
ponto de vista físico. Há um desmonte de todos os hospitais. O município tem
interesse em destruir os filantrópicos? Eu acho que o município tem interesse
em destruir tudo. Porque HGG e Ferreira não têm condição de prestar atendimento
a ninguém, somado a isso a incompetência da gestão que impede que os pacientes
que estão internados precisando de atendimento nos hospitais sejam transferidos
para os filantrópicos para não gerar custo para rede próprio”, afirmou Glória
que disse que todos os dias faz contato com a central de internação oferecendo
vagas.
“O paciente não é atendido na rede própria e também não está
sendo transferido para o contratualizado, porque ele não é transferido”? Isso
está acontecendo todos os dias. Eu ligo todos os dias, e esse desmonte tem que
ser explicado. Esse silêncio passou do limite. Todos os hospitais estão de
porta abertas, mas o poder público tem que autorizar, finalizou o diretor da
Santa Casa.
Já o diretor da Beneficência Portuguesa, Renato Faria disse
que a Prefeitura não tem sido clara com os hospitais.
“Hoje o município nos deve quatro meses. Está difícil
convencer os médicos a continuar a trabalhar. A gente deve a fornecedor, deve a
médico, deve a funcionários. A prefeitura não é clara. O que está parecendo que
final de gestão vai ser um terror um desmonte de quatro instituições que
prestam serviços a população”, disse Renato lembrando que 70 % do atendimento a
população é feito pela rede contratualizada. A prefeitura está demolindo essas
estruturas”, lamentou.
Em nota a Prefeitura de Campos informou:
A previsão é que o valor do repasse federal aos hospitais
contratualizados possa ser feito ainda esta semana e entre na conta dos
contratualizados nos dias subsequentes, de acordo com trâmites bancários.
Com relação aos recursos municipais, a Prefeitura de Campos
complementa a tabela SUS, como poucos municípios no Brasil mas, devido à queda
de arrecadação, o cronograma de pagamentos teve que ser adequado à nova
realidade financeira. Através da Secretaria Municipal de Saúde, foram
repassados em 2019 um total de R$ 130.729.680,71 em recursos federais e R$ 47,8
milhões em recursos municipais.
Fonte: Ururau
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