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25/01/2020

CHEGA A 6 MIL O NÚMERO DE DESALOJADOS OU DESABRIGADOS EM ENCHENTES NO NORTE E NOROESTE DO RJ


Alagamentos atingiram Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Itaperuna, Porciúncula, Laje do Muriaé, Natividade, Cardoso Moreira e Santo Antônio de Pádua.

A chuva forte deixou oito cidades do Norte e Noroeste do Rio inundadas na sexta-feira (24) e neste sábado (25) após transbordamento de três rios na região. Segundo dados atualizados, divulgados no fim da tarde pela Defesa Civil dos municípios, o número de desalojados ou desabrigados subiu de 1 mil para, pelo menos, 6 mil.

O número de cidades afetadas também subiu de sete para oito. São elas: Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Itaperuna, Porciúncula, Laje do Muriaé, Natividade, Cardoso Moreira e, por último, Santo Antônio de Pádua. Não chove ou chove pouco na maioria dessas cidades no começo da noite deste sábado, mas o problema é a cheia dos rios que ocorre, principalmente, por conta das chuvas intensas que atingem Minas Gerais e Espírito Santo.

Itaperuna é a cidade que concentra o maior número de pessoas impactadas, sendo 2.040 desalojadas, 28 desabrigadas, além de quase 9 mil pessoas que, de alguma forma, foram afetadas pelas inundações.

Na cidade, um rapaz foi levado pela correnteza ao pular no rio Muriaé. Outros três amigos conseguiram sair das águas agitadas. Os bombeiros iniciaram as buscas às 17h mas já interromperam pela baixa luminosidade. Os trabalhos serão retomados no domingo (26). A Defesa Civil e a Assistência Social da Prefeitura acionaram um psicólogo para prestar assistência aos familiares, que estão bastante abalados.
  
Em outro ponto da cidade, o G1 mostrou imagens de moradores pulando no valão durante a cheia, no bairro Cehab. Na ocasião, a Defesa Civil alertou para os riscos dessa prática.

Só em Bom Jesus do Itabapoana, onde houve o transbordamento do rio Itabapoana, já havia o registro de cerca de 300 desabrigados ou desalojados nesta sexta, segundo a Prefeitura. Na manhã deste sábado, o número de pessoas atingidas subiu para 500.

Esquipes da Defesa Civil estiveram no bairro Santa Rosa e interditaram a rua Vereador Waldir Mota de Carvalho. Houve um trabalho de conscientização dos moradores sobre os riscos de permanecerem no local, que está com solo bastante saturado. Cerca de 22 famílias foram cadastradas e serão encaminhas para um abrigo municipal. De acordo com a Defesa Civil, a situação no local é classificada como crítica. O órgão deixa o número (22) 99603-3180 à disposição da população.

Em Porciúncula, 300 famílias ficaram desalojadas e 84 desabrigadas. O rio Carangola está dois metros acima da cota. Baixou de 80% para 70% o total de área alagada na cidade, segundo informou a Prefeitura durante a tarde.

Em Cardoso Moreira, a cheia deixou 45 famílias desabrigadas. A Defesa Civil está em alerta máximo. A Prefeitura orienta aos moradores que procurem pelos pontos de apoio, que são a Casa da Cultura (Antiga Estação Ferroviária) e Clínica da Família, no Conjunto Habitacional São José.

Na cidade, às 12h deste sábado, o nível do rio Muriaé era de 8,81 metros, 81 cm acima da cota de transbordo. O rio sobe 5 cm por hora, segundo o órgão. Em caso de emergência, a Defesa Civil pede à população para ligar no (22) 98842-5149.

Em Italva, a Defesa Civil afirma em balanço parcial que há, pelo menos, 100 pessoas desalojadas. O órgão orienta que moradores de áreas ribeirinhas e mais baixas busquem local seguro, já que o rio Muriaé deve continuar subindo até as 16h deste domingo (26). O rio transbordou nesta madrugada. O nível chega a 75 cm acima da cota.

A Defesa Civil está em estágio de atenção. O órgão pede aos moradores que, em caso de emergência, liguem para o 199.

Em Laje do Muriaé, em balanço atualizado durante a tarde, a Defesa Civil confirmou que são 1.285 pessoas desalojadas na cidade e 60 desabrigadas. O rio Muriaé ainda sobe na cidade. A Guarda Municipal orienta que moradores de outras regiões evitem entrar no município e pede que os motoristas não se arrisquem passando por áreas alagadas pelo transbordamento do rio.

Em Itaperuna, também há vários pontos inundados neste sábado. Na sexta, a Prefeitura informou que foram registrados pelo menos dez deslizamentos de terra entre quinta e sexta, o que deixou duas famílias desalojadas. A Defesa Civil faz um novo levantamento do número de pessoas atingidas na cidade.

“Itaperuna normalmente quase todos os anos sofre com essas cheias. E, em 2019, a nossa cidade passou por uma grande obra que não foi concluída e causou vários transtornos no comércio, no transito da cidade. E essa obra foi feita justamente para acabar com os problemas", relatou um morador durante entrevista, ao vivo, no RJ1.

"Eu moro aqui há 23 anos. Tem 23 anos que a gente vê essa situação aqui e a gente não tem a quem recorrer, né, porque a água é Deus que manda, mas está difícil”, desabafou uma moradora.

Guarda Municipal em Laje do Muriaé orienta os motoristas para que evitem acessar a cidade por conta das inundações — Foto: Guarda Municipal de Laje do Muriaé/DivulgaçãoGuarda Municipal em Laje do Muriaé orienta os motoristas para que evitem acessar a cidade por conta das inundações — Foto: Guarda Municipal de Laje do Muriaé/Divulgação

Em Natividade, foi o rio Carangola que subiu e ficou 5,80 m, 65 cm acima da cota de transbordo. Segundo a Prefeitura, 70 famílias estão desalojadas e 7 desabrigadas.

Já em Santo Antônio de Pádua, última cidade atingida pela cheia neste sábado, a Defesa Civil atua nas áreas afetadas para cheia do rio Pomba. O órgão ainda não liberou um balanço de pessoas afetadas pelas inundações. A cota de transbordo do rio é de 5 metros, e o nível já chega a 5,13m.

Campos

A Defesa Civil de Campos dos Goytacazes disse que a cota do rio Paraíba do Sul está em 6,81m e que, em 24h, choveu 68,05 mm. Ainda segundo o órgão não há família desabrigada e ocorrência grave. Em Santo Eduardo, distrito de Campos, três famílias estão desalojadas, mas, de acordo com a Defesa Civil, é por medida de segurança. Elas estão na casa de parentes.

Nenhuma ocorrência de alagamento na região central da cidade foi registrada, apenas no Novo Jockei, área que não possui galeria de drenagem.

Para este sábado (25), Campos tem previsão de 25 mm de chuva, metade da quantidade registrada na sexta.

 Por Ariane Marques, G1 e RJ1 — Norte e Noroeste Fluminense


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