Agentes do Procon realizaram a retirada de cervejas da
empresa / Divulgação
O Hospital de Miracema (HM) informou, em nota, nesta
quarta-feira (16), que uma mulher, de idade não informada, procurou a unidade,
nessa terça, afirmando ter ingerido cerveja pilsen Belorizontina, da Backer.
Segundo a unidade, a paciente passou por exames e foi liberada sob orientação
médica. Também nesta quarta, a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou a
terceira morte associada à síndrome neufroneural atribuída ao consumo da
bebida. Segundo a corporação, trata-se de um homem de 89 anos, morador da capital
mineira. Ele estava internado em uma das unidades da rede de saúde Mater Dei, a
mesma rede onde morreu, nessa terça (15), a segunda vítima da síndrome. Em
Campos, agentes do Programa de Proteção a Defesa do Consumidor (Procon)
retiraram do mercado todas as marcas de cerveja produzidas em Minas Gerais pela
empresa.
Sobre a paciente de Miracema, o hospital do município
informou que a mulher relatou ter ingerido, há 15 dias, a bebida alcoólica
produzida por uma cervejaria que vem causando alguns casos de intoxicação
exógena por possível contaminação. “Após avaliação clínica e realização de
exames laboratoriais, a equipe médica do HM manteve a paciente em observação e
por não haver qualquer alteração nos exames e no quadro clínico optou-se pela
alta hospitalar sob orientação médica”, completou.
Mortes - O corpo da mais recente vítima fatal da síndrome foi
encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) esta madrugada, onde será submetido
a novos exames para auxiliar as autoridades a tentarem estabelecer a causa da
morte. O laudo deve ficar pronto em até 30 dias.
A primeira das três mortes por intoxicação já reconhecidas
pela Polícia Civil foi registrada na noite de 7 de janeiro, em Juiz de Fora.
Exames a que a vítima foi submetida antes de morrer confirmaram a presença de
dietilenoglicol no sangue. O homem, cujo nome e idade não foram oficialmente
confirmados, foi sepultado no município mineiro de Ubá.
Todos os pacientes internados devido à síndrome nefroneural
apresentaram insuficiência renal aguda de evolução rápida, ou seja, que levou a
pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros
sintomas, e alterações neurológicas centrais e periféricas, que podem ter
provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório,
paralisia, entre outros sintomas.
Peritos já encontraram vestígios de uma substância tóxica
usada em sistemas de refrigeração devido a suas propriedades anticongelantes, o
dietilenoglicol, no sangue de vários pacientes, em vasilhames lacrados de três
lotes da cerveja Belorizontina e na linha de produção da fábrica da Backer, em
Belo Horizonte. A cervejaria, no entanto, afirma que não emprega a substância
tóxica na preparação da bebida.
Até essa quarta (15), a Polícia Civil já tinha recebido
notificação de 18 casos suspeitos de intoxicação, e em quatro a intoxicação por
dietilenoglicol foi atestada. Preventivamente, o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento determinou que a Cervejaria Backer retire de
circulação todas as suas cervejas e chopes produzidos desde outubro do ano
passado até o dia 13. A suspensão da venda se manterá até que fique assegurado
que os outros produtos da Backer não estão contaminados. “A medida é para
preservar a saúde dos consumidores”, informou o ministério em nota.
Fiscalização - Mais de 10 estabelecimentos foram visitados
pelos fiscais do Procon/Campos nesta quinta-feira (16), entre eles
hipermercados e supermercados. Até o momento, nenhum lote da cerveja
Belorizontina,da cervejaria Backer, foi encontrado. A recomendação é para que
ninguém consuma o produto. Caso algum produto seja encontrado, o Procon deve
ser acionado, através de denúncia, para realizar a apreensão. Para quem
adquiriu lotes do produto, o órgão sugere que o cidadão procure o local de
compra para realizar do descarte. As denúncias podem ser feitas através do
número (22) 98175-2561.
Folha da Manhã
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