Dólar passa de R$ 4,28 e fecha no maior nível desde criação
do real
Em um dia marcado por forte volatilidade no mercado
financeiro, o dólar subiu e voltou a fechar no maior valor nominal desde a
criação do real. O dólar comercial encerrou a quinta-feira (6) vendido a R$
4,286, com alta de R$ 0,047 (1,11%).
A divisa chegou a abrir em baixa. Na mínima do dia, por volta
das 9h, caiu abaixo de R$ 4,22. O câmbio, no entanto, reverteu o movimento e
passou a subir no início da tarde, até encerrar na máxima do dia. O dólar
acumula alta de 6,8% em 2020. O euro comercial também subiu e fechou o dia em
R$ 4,703, alta de 0,93%.
Nem a intervenção do Banco Central (BC) segurou a cotação.
Hoje, a autoridade monetária leiloou US$ 650 milhões para rolar (renovar)
contratos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro
– com vencimento em abril.
A turbulência repetiu-se no mercado de ações. Depois de três
dias seguidos de alta, o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São
Paulo), fechou o dia com queda de 0,72%, aos 115.190 pontos.
A sessão foi marcada pelo receio de que o novo vírus
descoberto na China traga impactos para a segunda maior economia do planeta. O
confinamento dos habitantes de diversas cidades afetadas pela doença reduz a
produção e o consumo da China. O anúncio de que o governo chinês reduzirá
tarifas de US$ 75 bilhões sobre produtos norte-americanos, aliviando a guerra
comercial, não acalmou os mercados.
A expectativa de desaceleração da economia chinesa impacta
diretamente países como o Brasil, que exporta diversos produtos, principalmente
commodities (bens primários com cotação internacional) para o país asiático.
Com menos exportações, menos dólares entram no país, pressionando a cotação.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor
nível da história, também interferiu nas negociações. Juros mais baixos
desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a
cotação para cima.
Com informação: Agência Brasil
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