Em meio a tantos moradores de rua em Campos, um homem
escolheu viver debaixo da ponte. Situação rotineira e até comum não fosse
exatamente o local escolhido ser literalmente dentro do Rio Paraíba do Sul, no
Centro de Campos. Debaixo de um dos pilares centrais da ponte Leonel Brizola,
popularmente conhecida como Ponte Rosinha, Leandro faz moradia e não teme os
mais de 9 metros do rio. Não tem como negar: até mesmo os olhares mais
apressados e desatentos notam a moradia do pescador que é nascido e criado no distrito
de Santo Amaro, na Baixada Campista.
À reportagem do jornal Notícia Urbana, Leandro disse que
escolheu morar naquele local, considerado no mínimo inóspito, porque sente medo
de que seja vítima de algum tipo de violência, caso morasse nas ruas da cidade.
Ao contrário do que muitos possam imaginar, Leandro não é um morador de rua sem
profissão. Ele é pescador. Segundo ele, trabalhava no mar, mas teve o seu
registro transferido para pesca de água doce porque já "passou grandes
sufocos no mar e tem medo de morrer".
Em época de rio cheio, a mãe de Leandro - que não se conforma
com a moradia escolhida pelo filho - segue até o Centro de Campos, pega um
barco e navega até o pé do pilar central da ponte para passar algumas horas com
o filho e saber se "tá tudo bem com ele", como ela mesma diz.
Diferente de um passado próximo, "atualmente, não há
peixes no Paraíba", conforme garante o pescador. Para sobreviver, Leandro
cata papelão pelas ruas da maior cidade do interior do Estado. E a rotina do
pescador-catador de papelão se repete dia após dia. Ele pega o barco de pequeno
porte, navega até à margem do Paraíba, sobe, pega o seu carrinho e sai para
catar papelão. O lucro, varia. Mas não consegue mais do que R$ 15, 20 por dia.
Após o árduo trabalho, depois de andar até 20 quilômetros, Leandro retorna para
à margem do Paraíba, desce as escadas e depois ainda encontra forças para
navegar de volta até o local onde a necessidade escolheu para ser o seu lar.
Noticia Urbana
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