Bolsonaro disse ainda que Maia tem a intenção de
"esculhambar a economia para que eles possam voltar em 2022"
O presidente da República, Jair Bolsonaro, fez na noite desta
quinta-feira, uma série de ataques ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), e sugeriu que intenção do parlamentar é tirá-lo do governo. Em
entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro utilizou como pretexto para as críticas o
projeto de socorro a estados e municípios aprovado na Câmara para compensar
perdas de receitas com impostos durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo
o presidente, a proposta pode quebrar o País.
"Não pode apenas o parlamento mandar a conta para a
gente pagar. Da forma como está proposta, a conta vai ficar na casa de R$ 1
trilhão, um número enorme, excessivo. O Brasil vai quebrar, já temos uma dívida
interna na casa dos R$ 4 trilhões, vamos passar para R$ 5 trilhões. Nossa
dívida vai crescer de forma que vai ficar impagável, vamos entrar em
insolvência", afirmou o presidente, que comparou a situação imaginada à
Venezuela.
Bolsonaro disse que a economia projetada com a reforma da
Previdência foi engolida pela atual crise com a proposta da Câmara, que ainda
deve passar pelo Senado. E ampliou os ataques. "Eu lamento a posição do
Rodrigo Maia, resolveu ele assumir o papel do Executivo. O senhor Rodrigo Maia
resolveu não conversar com mais ninguém. Qual o objetivo do senhor Rodrigo
Maia, resolver o problema ou atacar o presidente da República?",
questionou. "O sentimento que eu tenho é que ele não quer amenizar os
problemas, ele quer atacar o governo federal, enfiando a faca, no sentido
figurativo. Se isso acontecer, vão matar a galinha dos ovos de ouro, parece que
a intenção é me tirar do governo."
O presidente prosseguiu e disse que Maia, classificado como o
"dono da pauta" por ele, "está conduzindo o Brasil para o
caos" com a intenção de "esculhambar a economia para que eles possam
voltar em 2022".
Segundo Bolsonaro, nas negociações desse projeto e na
proposta de redução dos salários de funcionários públicos - cuja defesa do
governo é de congelamento por dois anos -, Maia queria impor uma contribuição
extra de 25% dos servidores. "O Paulo Guedes propôs não ter reajuste até
31 de dezembro do ano que vem, proposta menos agressiva que a do Rodrigo
Maia", afirmou na entrevista à emissora
Bolsonaro completou que deputados pegaram o "Plano
Mansueto" de socorro aos estados e municípios "e resolveram
simplesmente aprovar a parte que interessava a eles". E completou: "o
Brasil não merece o que o Rodrigo Maia tem feito com o Brasil, não merece sua
atuação. Quando você fala em diálogo, a gente sabe que tipo de diálogo o senhor
está falando. Dessa forma, está aprofundando a crise".
FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO
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