Foto: Mateus Bonomi/ AGIF/ Estadão Conteúdo.
A Justiça Federal no Distrito Federal suspendeu a volta ao trabalho presencial de médicos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A decisão vale para todos que atuem em agências que tenham adotado padrões menos rígidos de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus. O retorno havia sido convocado pelo governo na última sexta-feira (18).
O juiz Marcio de França Moreira, da 8ª Vara Federal de
Brasília, também suspendeu o corte de ponto dos que não atenderam à convocação.
De acordo com o INSS, 351 peritos médicos federais aptos a voltar ao trabalho
compareceram a seus postos na terça-feira (22). O número representa cerca de
72% do total de 486 médicos que eram aguardados.
O magistrado atendeu a pedido de liminar (decisão provisória)
feito pela ANMP (Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais). A entidade
argumentou que um ofício publicado pouco antes do retorno ao trabalho colocou
em risco a saúde dos peritos ao flexibilizar medidas de prevenção ao contágio
por covid-19 nas agências da Previdência Social.
Entre as medidas flexibilizadas, segundo a ANMP, está a
instalação de assentos laterais sem cumprir distanciamento mínimo de um metro,
a dispensa de fornecimento de máscaras cirúrgicas aos segurados no momento da
perícia e a não desativação de consultórios sem ventilação natural.
Após analisar o ofício, o juiz concordou que as “novas regras
de inspeção das condições de trabalho comprometem a segurança dos trabalhadores
e aumentam o risco de contaminação pelo coronavírus no retorno dos serviços nas
dependências das Agências da Previdência Social (APS)”.
Ele determinou que o peritos somente têm a obrigação de
retornar ao trabalho após a realização de novas inspeções que comprovem a
adequação das agências a padrões anteriores e mais rígidos de prevenção ao
contágio.
“Essa decisão preserva o direito à saúde, a dignidade humana
e a segurança dos próprios segurados da Previdência Social”, afirmou o advogado
Paulo Liporaci, que representa a Associação Nacional dos Peritos Médicos
Federais.
Procurada, a AGU (Advocacia-Geral da União) disse que “já
está ciente da decisão judicial e analisando as medidas que serão tomadas, em
conjunto com a Secretaria de Previdência do Ministério da Economia e o INSS”.
Desde a reabertura de parte das agências na segunda-feira
passada (14), os peritos têm se recusado a retomar o trabalho, alegando falta
de segurança nos consultórios. O impasse entre a categoria e o governo afeta
quase 800 mil pessoas que necessitam do atendimento, muitas vezes com urgência.
A Secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério
da Economia afirma que as agências que foram liberadas a funcionar foram
vistoriadas e atendem aos protocolos de segurança contra a covid-19, tanto de
adequação do espaço físico como dos equipamentos exigidos para a segurança no
atendimento.
Edital publicado nas sexta-feira (18) convocou os servidores
para retonar os atendimentos de forma imediata nas unidades listadas na
publicação.
Os peritos médicos decidiram fazer inspeções por conta
própria nas agências do INSS desde esta segunda-feira (21) antes de voltar ao
atendimento presencial. O governo afirmou que os servidores que não retornaram,
a partir da última segunda-feira, terão os dias descontados de seus salários.
A orientação é que os cidadãos que tenham horário marcado de
atendimento liguem para a agência para checar se local está funcionando.
Fonte: R7
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