Projeto beneficiaria 191 mil moradores da região, podendo gerar R$ 31 bilhões em investimentos e 480 mil empregos em todo o Estado nos próximos 35 anos.
Miracema-RJ
Considerado o maior projeto ambiental e de infraestrutura do
país, a concessão parcial da Cedae à iniciativa privada entrou em um momento
decisivo: o BNDES planeja lançar o edital até o próximo dia 18 de dezembro. A
informação foi divulgada no seminário “Visão do Saneamento”, realizado pela
Firjan.
“Investir em saneamento é fundamental para a retomada da
economia, a melhoria da saúde da população e a preservação do meio ambiente,
propiciando empregos, renda e qualidade de vida. A concessão poderá representar
uma economia de R$ 144 bilhões em saúde, por exemplo”, enfatizou Eduardo
Eugênio, presidente da Firjan, ressaltando ainda que essa agenda já foi
superada pelas maiores economias do mundo desde o século passado.
Entrave histórico no Estado, o projeto de saneamento básico
poderá movimentar cerca de R$ 31 bilhões em investimentos, além de gerar 480
mil empregos nos próximos 35 anos. Durante o seminário organizado pela Firjan,
o BNDES também confirmou a adesão a adesão dos municípios de Quissamã,
Carapebus e São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense; e Natividade,
Laje do Muriaé, Miracema, São José de Ubá, Cambuci, Aperibé e Itaocara, no
Noroeste Fluminense. Juntas, as cidades são responsáveis por 191 mil moradores,
segundo dados de 2020 do IBGE.
“É o projeto de maior impacto em infraestrutura no país. São
mais de R$ 1 bilhão em obras de infraestrutura por ano na próxima década, o que
significa geração de emprego e renda e movimentação da economia,” disse Fábio
Abraão, diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES. “É também o
maior projeto ambiental em curso no país, já que atacaria as causas da poluição
de rios e lagoas, mudando em definitivo o Estado do Rio”, concluiu.
Segundo levantamento da Firjan, a concessão levaria ainda a
um efeito multiplicador de R$ 42,7 bilhões na economia fluminense em uma
variedade de setores, como a construção civil, a metalurgia, o comércio,
serviços e logística.
Cedae continua
O Marco Legal do Saneamento, aprovado pelo Congresso Nacional
em julho deste ano, prevê a universalização do saneamento básico até 2033. Mas
um estudo do BNDES identificou que a Cedae levaria pelo menos 140 anos para
atingir essa meta.
“A Cedae vem batendo o teto de endividamento, e o
investimento médio não passa de R$ 180 milhões. Com isso, levaria cerca de 140
anos para fazer a universalização prevista no marco legal”, concluiu Fábio
Abraão.
O estudo também destacou que não haverá necessidade de
aumento da tarifa real, e que a Cedae continuaria atuando no Estado do Rio.
“A Cedae não desaparece, pelo contrário: ela permaneceria na
produção e no tratamento de água, enquanto os concessionários fariam a
distribuição, a coleta e o tratamento do esgoto. Entre uma coisa e outra, a
Cedae deve cobrar dos concessionários, como já acontece em Niterói e na Região
dos Lagos. Este modelo, portanto, já foi testado e aprovado”, explicou Abraão.
Segundo dados do BNDES, nos municípios atendimentos pela
Cedae, a coleta de esgoto atinge hoje apenas 45% da população, e somente 29% do
esgoto produzido são tratados. (Fonte: Firjan)
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