Apenas 58 foram eleitos em 2016. Maioria ficou como suplente
na última eleição e tenta ser eleito agora por um município diferente.
Quase 2 mil candidatos que disputaram a última eleição
municipal estão concorrendo por outra cidade neste ano, segundo levantamento
feito pelo G1 com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A maioria das trocas aconteceu em cidades vizinhas e do mesmo
estado. Mas houve também mudanças para municípios em outras unidades da
federação. Praticamente todos saíram derrotados em 2016.
A troca mais frequente foi de Recife para Jaboatão dos
Guararapes, na região metropolitana da capital de Pernambuco. Oito candidatos
fizeram essa mudança desde a última eleição.
Outros sete deixaram Salvador para a vizinha Lauro de Freitas
no período. Foi a segunda mudança mais frequente.
Ao todo, 238 estão se candidatando neste ano em um estado
diferente do que disputaram em 2016.
São Paulo teve o maior número de trocas. Ao todo, 54 deixaram
cidades no estado pelas de outra federação e 32 saíram de outros estados para
São Paulo.
A troca mais frequente foi de municípios paulistas para
mineiros, com 22 casos, e a segunda foi o inverso, com 15 registros.
Sobrevivência política
A troca de cidade é motivada pela busca de um melhor
desempenho do candidato e do partido, afirma Luciana Santana, doutora em
Ciência Política (UFMG) e professora na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
"A estratégia é de sobrevivência política tanto do
candidato individualmente, quanto do partido para se manter com representação
no município. Ou seja, o cálculo é eleitoral”, afirma a cientista política.
"Para candidatos (a) que tenham uma projeção política
fora do município ou que já tenham alguma experiência prévia em cargos eletivos
ou não eletivos, essa mudança tem menos custos políticos do que para candidatos
novatos na política."
Os números confirmam a análise, já que 96,7% dos candidatos
que trocaram de cidade saíram derrotados da última eleição.
Ao todo, 1.824 candidatos trocaram de cidade. Desses, 1.764
não foram eleitos no último pleito.
A maioria, 1.189 candidatos (65%), terminou a última eleição
como suplente. Ou seja, foram os vereadores não eleitos das coligações que
conquistaram uma vaga nas câmaras municipais em 2016.
Outros 494 não se elegeram como prefeitos e vice-prefeitos ou
foram vereadores derrotados que não fizeram parte de coligações vencedoras.
FONTE:G1
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