Dentre os cerca de 800 cientistas brasileiros considerados os mais influentes do mundo, três são da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf): Raimundo Braz Filho, Leandro Rabello Monteiro e Luciano Pasqualoto Canellas. O ranking é o resultado de um estudo feito pela Public Library of Science Biology (PLOS Biology), editora sem fins lucrativos dos Estados Unidos focada em publicações de livre-acesso nas áreas de ciência, medicina e tecnologia.
Lotado no Laboratório de Ciências Ambientais (LCA), Leandro
observa que o banco de dados publicado na revista PLos Biology contém um
ranking de 100 mil pesquisadores de todas as áreas, de acordo com critérios que
levam em consideração o número de referências obtidas pelos trabalhos
publicados, excluindo as autocitações, e dando maior peso de acordo com a
posição dos autores (autor único, primeiro ou último), que pode ser usada como
uma indicação de que o pesquisador é o real responsável pelo trabalho.
Para ele, a menção no ranking “mostra um reconhecimento
internacional por um trabalho realizado com dedicação, buscando sempre a
excelência na pesquisa e na qualidade dos trabalhos. Infelizmente, esse
reconhecimento internacional nem sempre se reverte em reconhecimento por parte
dos órgãos de financiamento, que ainda utilizam métricas ultrapassadas, baseadas
em números de trabalhos, sem levar em consideração a relevância e qualidade da
produção”.
Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Santa
Úrsula, mestre e doutor em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Leandro ingressou na UENF em 1999,
como professor visitante. De 2008 a 2011, atuou como professor na University of
Hull, na Inglaterra, mas acabou voltando à UENF através de novo concurso. Sua
área de atuação é a Biologia Evolutiva, com projetos de pesquisa voltados
principalmente para a evolução e ecologia de morcegos.
Na opinião de Luciano, sua inclusão no ranking dos cientistas
mais influentes “demonstra que é possível fazer ciência num nível razoável num
país periférico, numa universidade estadual fora dos grandes centros”.
Graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), mestre e doutor em Agronomia (Ciências do Solo) pela Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Luciano ingressou na UENF em 2000,
como bolsista Faperj. Desde 2002, é professor associado do Laboratório de Solos
(LSOL), atuando na Química do Solo e do Humus, mais especificamente na
bioatividade das substâncias húmicas.
— Reconheço que faço uma pesquisa com uma característica
bastante peculiar centrada em três aspectos básicos: a interdisciplinaridade
usando conceitos de diferentes campos do conhecimento, a interação direta com a
agricultura familiar que permite avaliar demandas específicas e a parceria de
longa data com um dos melhores cientistas do Brasil tanto do ponto de vista
ético como de conhecimento específico, o professor Fábio Olivares — disse.
O professor Raimundo Braz Filho ingressou no Laboratório de
Ciências Químicas da UENF em 1994, ocupando o cargo de reitor no período de
2003 a 2007. Em abril de 2007, ao completar 70 anos, teve sua aposentadoria
compulsória, sendo escolhido para o posto de professor emérito da UENF. Membro
da Academia Brasileira de Ciências (ABC), ele é formado em Engenharia
Agronômica pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutor em Química
Orgânica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
— Além da satisfação pessoal, este evento reafirma a
importância da UENF que, como toda universidade pública brasileira, assumiu
papel fundamental na realização de pesquisa científica no País, como previra
Darcy Ribeiro desde a inauguração da UnB-Brasília-DF, onde iniciei a
pós-graduação em 1965 — disse.
A pesquisa foi feita por uma equipe da Universidade de
Stanford, liderada pelo médico e cientista John Ioannidis. A metodologia para
classificação levou em conta o número de artigos publicados, citações,
autocitações, índice de coautoria e contribuições diversas.
Fonte: Uenf
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