Em reunião neste domingo no Palácio Cidade, o governador em exercício Cláudio Castro e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, decidiram trabalhar em total parceria, e iniciaram o diálogo pela Saúde. Ficou acertado que haverá trabalho em conjunto na vacinação da população do Estado do Rio contra a Covid-19, na abertura de novos leitos para pacientes com coronavírus e também na adoção de um sistema único de regulação para as unidades de saúde de todo o estado.
“Paes me disse que esta será sua melhor gestão. Desejo boa
sorte a ele e à sua equipe. Esse trabalho integrado, que começou com a Saúde, é
fantástico! O sistema será de parceria total. Vamos vacinar o povo contra a
Covid-19 e ajudar as pessoas que tanto precisam”, disse o governador.
Da reunião participaram também o secretário de Estado de
Saúde, Carlos Alberto Chaves, e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Em entrevista, Castro disse que o Governo do Estado está pronto para iniciar a
vacinação contra a Covid, assim que a Anvisa e o Ministério da Saúde
autorizarem a aplicação das vacinas, e pediu que a população tenha cuidados com
a doença, use máscaras e evite aglomerações:
“Semana passada, chegaram 8 milhões de agulhas e seringas.
Semana que vem chega outro lote de 8 milhões. Se a vacinação começar na
quarta-feira, estaremos preparados. Compramos a 17 centavos (a unidade), num
processo transparente. Não podemos mais passar o que passamos no passado.
Agora, não adianta fazermos tudo aqui se a população não tiver cuidados. Sem
conscientização da população, ficamos enxugando gelo. Entendemos que a economia
precisa funcionar, as pessoas precisam trabalhar, mas é preciso
conscientização, higiene. Se Deus quiser, até o fim do ano, teremos nossa vida
normalizada”, disse o governador.
O secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves,
ressaltou que o estado do Rio sempre foi um exemplo na vacinação. “Já temos 8
milhões de seringas e vamos receber agora, nesta semana, mais 8 milhões, para
os 92 municípios. Além dessas 16 milhões de seringas, teremos mais 50 milhões,
que vão chegando conforme a demanda. Já estamos licitando caixas térmicas,
freezers e termômetros. Nossa Vigilância Sanitária está pronta, são técnicos
acostumados a organizar campanhas de vacinação”, afirmou o secretário.
Soranz confirmou que Governo do Estado e Prefeitura do Rio
estão prontos para iniciar, em parceria, a vacinação dos cidadãos fluminenses:
“A principal mensagem aqui é que estamos preparados para iniciar a vacinação.
Teremos 450 postos de vacinação no município, e a cadeia de insumos já está
organizada pela Secretaria de Estado de Saúde. De agora em diante, resoluções
sobre medidas de prevenção e níveis de isolamento serão publicadas de forma
integrada com a SES”, disse Soranz.
O superintendente do Ministério da Saúde no Rio, George
Divério, elogiou a parceria e disse que todos os entes estão unidos para que os
problemas sejam resolvidos. “A força do SUS está na nossa união. Destaco a
força dos profissionais de saúde no combate ao Covid-19”, disse ele.
Transparência na compra de insumos para vacinação
Em 30 de dezembro, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou o
Plano de Contingência do Governo do Estado para a vacinação. O plano estabelece
toda a estratégia de imunização no estado, em combinação com o Plano Nacional
de Imunização (PNI), do Governo Federal. O objetivo do Plano de Contingência é
preparar a infraestrutura estadual para que não ocorram atrasos na vacinação
dos cidadãos fluminenses.
A SES recebeu semana passada o primeiro lote com oito milhões
de agulhas e seringas. O segundo lote com outras 8 milhões de agulhas e
seringas será entregue à SES nesta semana. As agulhas e seringas foram
compradas a R$ 0,17 a unidade, abaixo do valor estabelecido nas atas de preço
vigentes. O Plano de Contingência do estado prevê que os 16 milhões de agulhas
e seringas já comprados pelo estado serão suficientes, caso necessário, para as
quatro primeiras fases da campanha de imunização contra a Covid-19, quando a
previsão é que sejam vacinadas 5,5 milhões de pessoas no estado (cada pessoa
deverá receber duas doses do imunizante).
Outro processo de aquisição, de mais 50 milhões de agulhas e
seringas, já foi iniciado pela Secretaria de Estado de Saúde e estará concluído
para as fases seguintes da campanha de vacinação contra a Covid-19. Além disso,
o Governo do Rio já iniciou a readequação de toda a sua estrutura de logística,
inclusive as de armazenamento e distribuição das doses de vacinas, para estar
totalmente preparado para o início da vacinação.
De acordo com o Plano de Contingência, foi iniciado o
processo de compra de 163 câmaras refrigeradas que serão enviadas aos
municípios fluminenses, para ajudar na montagem da infraestrutura local. Também
estão sendo comprados 50 freezers com capacidade de armazenamento a menos de 70
graus Celsius, para armazenar as vacinas da Pfizer, caso seja necessário, além
de 3 mil caixas térmicas com termômetro, 3 mil caixas técnicas sem termômetro e
3 mil termômetros avulsos.
O Governo do Estado já tem infraestrutura para armazenamento
e distribuição de doses de vacina, pois faz seguidamente grandes campanhas de
imunização contra a gripe e muitas outras doenças. A frota da SES será
priorizada para essa distribuição. Além disso, o Plano de Contingência prevê
parcerias com Defesa Civil estadual, Corpo de Bombeiros Militar, Forças Armadas
e de Segurança (Exército, Aeronáutica, Marinha, Polícias Federal, Civil e
Militar); universidades e escolas públicas e privadas, associações de
moradores, instituições religiosas, órgãos públicos como Detran, shoppings,
aeroportos, entre outras estruturas.
PNI prevê inicialmente quatro fases
O Plano de Contingência do estado estabelece todas as ações
necessárias em três fases: pré-campanha de imunização, campanha e pós-campanha.
No PNI, o Ministério da Saúde (MS) prevê a distribuição das
vacinas para todos os estados do país. O MS anunciou que a vacinação contra a
Covid acontecerá inicialmente em quatro fases, obedecendo a critérios
logísticos de recebimento e distribuição das doses. A primeira fase prioriza os
trabalhadores da saúde, a população idosa a partir de 75 anos de idade, pessoas
com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (asilos e
instituições psiquiátricas) e população indígena. A segunda fase inclui pessoas
de 60 a 74 anos. A terceira fase prevê a vacinação de pessoas com comorbidades
que apresentem maior chance de agravamento da doença (como portadores de
doenças renais crônicas e cardiovasculares). A quarta fase abrangerá
professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema
prisional e população privada de liberdade.
Com relação ao estado do Rio de Janeiro, essas quatro fases
juntas contabilizam 5.454.912 habitantes. Na primeira fase, serão cerca de
811.235 idosos acima de 75 anos; 545.197 trabalhadores da saúde; 339 indígenas;
e 10.892 mil idosos em instituições de longa permanência (1.367.663 pessoas, ao
todo). Na segunda fase, teremos cerca de 2.181.861 idosos na faixa de 60 a 74
anos. Na terceira, cerca de 1.666.259 pessoas com comorbidades. Na quarta fase,
97.225 professores; 92.205 profissionais das forças de segurança pública e
salvamento; 991 funcionários do sistema prisional e 48.708 privados de
liberdade.
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