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16/05/2021

ESTUDO FEITO COM 'SUPERCENTENÁRIOS' LIGA LONGEVIDADE À REGENERAÇÃO DO DNA

 

Pesquisadores coletaram amostras de sangue de 81 pessoas com ao menos 105 anos de idade

 

A longevidade pode estar relacionada à capacidade do DNA de se regenerar, apontam pesquisadores. De acordo com o estudo publicado na revista científica eLife, os achados podem ajudar os cientistas a descobrirem como evitar as doenças relacionadas ao envelhecimento.

A pesquisa foi feita por universidades e institutos de pesquisas da Itália, Suécia e Suíça. Atualmente, a Itália é o segundo país com o maior percentual de população idosa, ficando atrás apenas do Japão, segundo o levantamento do Population Reference Bureau (PRB) de 2020.

 "Nossos resultados sugerem que os mecanismos de reparo do DNA e uma baixa carga de mutações em genes específicos são dois dos mecanismos centrais que protegem as pessoas que atingiram a longevidade extrema de doenças relacionadas à idade", disse Claudio Franceschi, um dos autores da pesquisa e professor da Universidade de Bolonha, à "eLife".

Decodificando a longevidade

Para chegar aos resultados, os pesquisadores coletaram amostras de sangue de 81 centenários com pelo menos 105 anos de idade, decodificaram todo o genoma e compararam com o material genético de 36 adultos saudáveis com cerca de 68 anos.

Em um segundo momento, os resultados foram comparados com os dados de uma pesquisa anterior, que analisou 333 italianos com mais de 100 anos e 358 pessoas com cerca de 60 anos.

Para manter o grupo o mais coeso possível, os pesquisadores utilizaram amostras apenas de indivíduos da península italiana para evitar heterogeneidade em termos de ancestralidade genética e étnica.

Após a análise dos dados, os pesquisadores identificaram cinco alterações genéticas comuns na faixa etária acima de 105 e 110 anos de idade nos genes chamados de COA1 e STK17A.

Segundo o estudo, o gene COA1 apresentou um sinal mais significativo entre os centenários, tal fator está associado à longevidade extrema.

Por outro lado, observou-se redução nas atividades do gene STK17A, que é responsável por processos importantes da saúde das células, como a coordenação de respostas ao dano de DNA , morte celular e a quantidade de espécies reativas ao oxigênio dentro da célula. Esse processo está associado ao desenvolvimento de doenças, entre elas, o câncer.

Além disso, os pesquisadores também mediram o número de mutações de ocorrência natural que cada grupo acumulou ao longo dos anos. “Os indivíduos 105 + / 110 + são caracterizados por uma menor prevalência de mutações somáticas em seis dos sete genes considerados estatisticamente significativos”, afirmam os pesquisadores no estudo.

Os resultados, contudo, devem ser interpretados com cautela. Em suas considerações finais, os pesquisadores apontam alguns fatores limitantes à análise, como por exemplo, o número de participantes do grupo de controle, que corresponde a cerca de metade dos participantes do grupo de centenários.

Ademais, os pesquisadores não excluem a possibilidade das alterações observadas serem características da população italiana.


 Fonte: G1

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