Enquanto no Brasil a guerra é pela reforma tributária, na terra dos Talebãs os EUA fogem depois de gastar U$S 1 trilhão
No mundo as cinco posições estratégicas que definem a vantagem relativa entre países são: a moeda conversível forte, que lastreia a finança internacional, o gasto/aparato militar de ponta, o controle das comunicações e do imaginário coletivo, o domínio das tecnologias modernas e, finalmente, o acesso privilegiado às matérias primas básicas.
Vejamos como exemplo o caso concreto e recente do
Afeganistão, país que produz lítio e papoula, de onde se extrai ópio, cujo
derivado é a morfina, bem como a heroína.
Os americanos gastaram 1 trilhão de dólares para
“democratizar” essa região, dinheiro onde apenas 2% chegou ao andar de baixo e
o restante “vitaminou” os lucros do complexo industrial militar dos EUA.
O exército de Biden derrotado sai às pressas do campo de
batalha. A América Latrina produz petróleo, minério de ferro, cobre, lítio,
soja, carne e açúcar. A guerra agora é aqui, sacou?
Na terra da jabuticaba, o recente encaminhamento da fatiada
Reforma Tributária acendeu o conflito de classes. O capital bancário não
suporta a hipótese de ver os gordos dividendos tributados.
Aliás, no último trimestre os balanços das empresas negociadas
na B3 paulista cresceram 1650%(!), em relação ao trimestre anterior.
Até o ultraliberal ministro Paulo Guedes reconhece que os 20
mil cidadãos super ricos que receberam 360 bilhões de reais em dividendos em
2019, sem justificativa, boicotam a tramitação do projeto que tributa essa
mamata generalizada.
No frigir dos ovos, o Fundo Público está em disputa, bem como
seu manejo por parte do estamento político burocrático que não abre mão de seus
privilégios, na forma de cargos, emendas, subsídios, renúncias fiscais, fundo
partidário, remunerações e juros da dívida pública.
Os blocos no poder que se digladiam, com vistas às eleições
de 2022 têm, cada um, explicitado suas prioridades, com base na representação
de cada fração do capital nacional e internacional.
A terceira via, representada pelo PSDB e pelo DEM busca
priorizar a agenda do capital associado, dos bancos internacionais, agronegócio
exportador, montadoras e grandes mineradoras.
O Partido dos Trabalhadores resgata a versão keynesiana
estatista para atrair a burguesia interna (estatais remanescentes, empreiteiras
nacionais, industriais de bens não duráveis e bancos nacionais).
O PDT e Ciro Gomes buscam a retomada da industrialização,
supondo uma ilusória divisão entre capital físico e capital fictício e o
Bolsonarismo tem como base o militarismo, o agronegócio e a burguesia
compradora/importadora de bens.
O jogo está na mesa senhores, façam suas apostas. Afinal,
tudo flui. Nós descemos e não descemos pelo mesmo rio, nós próprios somos e não
somos. Para o filósofo Heráclito, as aparências enganam.
For Ranulfo Vidigal
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