Expectativa é de mais de 94,2 mil vagas para atender o movimento
O comércio varejista terá a melhor contratação de
trabalhadores temporários para o Natal desde 2013, de acordo com a previsão
divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC). Segundo o economista sênior da
CNC, Fabio Bentes, as contratações no comércio vinham crescendo desde o final
de 2016, lentamente, embora sem alcançar o ritmo observado em 2013 (115,5 mil),
até que veio a pandemia no ano passado e as contratações despencaram de 91,6
mil trabalhadores, em 2019, para 68,3 mil, em 2020. Esse foi o menor número
desde 2015 (67,4 mil).
Para 2021, a expectativa é de mais de 94,2 mil vagas para
atender o movimento sazonal de fim de ano. Fabio Bentes disse à Agência Brasil
que caso a previsão seja confirmada, essa será a maior contratação de
temporários desde 2013. A previsão é de que as vendas deverão crescer 3,8% no
Natal.
O economista explicou que apesar do cenário de inflação
elevada e juros mais altos, o que está fazendo com que as vendas e, em
consequência, as contratações, evoluam, é o aumento da circulação dos
consumidores, além do comércio eletrônico que tem registrado aumento de vendas
de dois dígitos. “Desde o final da segunda onda da pandemia, o que se tem
observado é um crescimento consistente da circulação de consumidores no
comércio. O avanço da vacinação de certa forma afasta o cenário de novas
medidas restritivas. E se a circulação vai aumentar nos próximos meses, a
tendência é contratar mais. Apesar da inflação e dos juros altos, o aumento da
circulação foi o que ditou o ritmo do comércio ao longo da pandemia”, disse
Bentes.
O economista explicou que mesmo quando a inflação estava
baixa, bem como os juros, as vendas estavam mal porque a circulação estava
baixa. Por isso, reiterou que é a circulação dos consumidores que tem ditado o
ritmo de crescimento das vendas, não só para o Natal, mas nos últimos meses.
Fabio Bentes argumentou que poderíamos ter um Natal com taxa
de crescimento parecida com a de 2013, da ordem de 5%, mas isso não vai
acontecer por conta da inflação e dos juros altos. “Mas, de qualquer forma, os
3,8% projetados são um crescimento razoável, na principal data comemorativa do
setor”.
Segmentos – Os
segmentos que vão concentrar a maior parte das contratações são vestuário
(57,91 mil) e hiper e supermercados (18,99 mil), que vão responder, juntos, por
mais de 80% das vagas a serem criadas.
Segundo Bentes, o ramo do vestuário é o mais impactado pelas
vendas de final de ano, que quase dobram na passagem de novembro para dezembro.
É esse ramo que tem também um leque amplo de tíquetes médios, o que acaba
favorecendo esse segmento.
De acordo com a CNC, enquanto o faturamento do varejo como um
todo cresce em média 34% na passagem de novembro para dezembro, no segmento de
vestuário o faturamento costuma subir 90%.
Em relação a hiper e supermercados, o economista destacou que
esse ramo responderá por 19 mil vagas, porque é o maior empregador do comércio
ao longo do ano e, ainda, o que mais fatura. “Então, qualquer movimento, mesmo
que sazonal das vendas, faz com que se produza um número absoluto de vagas ali
bastante expressivo”.
O ramo passou a oferecer um leque diversificado de produtos e
deve ser o segundo que vai mais contratar para o Natal.
Regiões – A pesquisa
da CNC sinaliza que o estado de São Paulo deve concentrar o maior número de
contratações temporárias para o fim do ano (25,55 mil). “A expectativa é que as
vendas em São Paulo também cresçam acima da média. É o estado que se recupera
mais rápido. E ao se recuperar mais rápido, acaba demandando,
proporcionalmente, mais postos de trabalho temporários”.
Em seguida, aparecem Minas Gerais (10,67 mil), Rio de Janeiro
(7,63 mil) e Paraná (7,19 mil), que concentrarão mais da metade (54%) da oferta
de vagas para o Natal deste ano. Nessas quatro regiões, a CNC projeta variações
das vendas locais em relação ao Natal passado de 7,2%, 6%, 5,8% e 6,6%,
respectivamente.
O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1.608, com
crescimento, em termos nominais, de 5,1% em comparação com o mesmo período do
ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1.531.
A pesquisa da CNC indica que o maior salário de admissão
deverá ser pago pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática
e comunicação (R$ 1.866), seguidas pelo ramo de artigos farmacêuticos,
perfumarias e cosméticos (R$ 1.647). Em contrapartida, esses segmentos deverão
responder por apenas 0,8% das vagas totais a serem criadas.
A pesquisa sinaliza ainda que além da maior oferta de vagas,
a taxa de efetivação dos trabalhadores temporários deverá ser a maior dos
últimos cinco anos, com expectativa de contratação definitiva de 12,2% desses
trabalhadores.
Fonte:Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário