Plantas de hidrogênio, fazendas eólicas offshore e cooperativas de usina solar são alguns dos projetos que poderão diminuir a dependência de petróleo e mudar o patamar da região
A inauguração da primeira termelétrica do Porto do Açu, em São João da Barra, somada ao Parque Eólico do Gargaú, em São Francisco do Itabapoana, e a outras dezenas de usinas solares na Baixada Campista – que tornam Campos a segunda cidade com maior produção desse tipo de energia no Estado do Rio – são apenas os primeiros passos de uma nova realidade que vem mudando os horizontes do Norte Fluminense. Um levantamento da Firjan aponta um total de 22 projetos de energia que contribuem para o cenário de transição energética, e que incluem desde fazendas eólicas offshore até plantas de hidrogênio, com potencial para diminuir a dependência do petróleo e transformar a região na Capital da Energia do país.
“O mercado
de Petróleo e Gás ainda tem muito a ser explorado, mas os novos empreendimentos
da região estão pavimentando os caminhos do futuro. Com a nossa capacidade
industrial já instalada graças à Bacia de Campos, o Norte Fluminense reúne
todas as condições para diversificar sua economia, seguindo as principais
tendências do mercado de energia no mundo”, afirma o presidente da Firjan Norte
Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.
Entre os
projetos listados estão um terminal de gás natural, uma usina de energia solar,
uma usina eólica, três fazendas eólicas offshore e uma planta de hidrogênio –
todas no Porto do Açu. Sem contar outras 15 termelétricas: duas no porto de São
João da Barra e outras 13 apenas em Macaé: duas já em operação, uma em
construção e as demais já licenciadas.
Alguns dos
projetos em estágio mais avançado ficam em Macaé, também em termelétricas: as
usinas Vale Azul I e II – que envolvem cerca de R$ 3 bilhões em investimentos –
já receberam a certidão para instalação e podem participar dos leilões da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os projetos farão parte do
Complexo Logístico e Industrial de Macaé, que já registra a construção da Usina
Marlim Azul. Tupi e Jaçã são outras duas térmicas também anunciadas.
Além disso,
a Equinor – multinacional de energia com sede na Noruega –, assinou um
Memorando de Entendimento com o Porto do Açu para concluir até dezembro deste
ano, um estudo para instalação de uma usina de geração solar. A mesma empresa
também iniciou estudos para um projeto de eólica offshore com capacidade total
de 4 GW Os equipamentos ficariam na costa do Rio e do Espírito Santo, com cabos
conectados até uma subestação em Campos.
“Vemos a
necessidade de que todos os atores, das autoridades aos investidores, continuem
articulando sobre o caminho a seguir, definindo um modelo operacional que dê
mais oportunidades e melhores custos”, defende Daniel Schumacker, líder de
Projetos em Renováveis da Equinor no Brasil.
O Porto
também estuda, em parceria com a mineradora australiana Fortescue Future
Industries (FFI), a instalação de uma planta de hidrogênio, que permitirá a
produção de fertilizantes mais sustentáveis, como a amônia verde. A usina de
hidrogênio terá capacidade de 300 megawatts, com potencial para produzir 250
mil toneladas de amônia verde por ano.
Em São João
da Barra, a primeira cooperativa de energia solar do Estado
Karine
Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, ressalta que a
modernização energética também vem da força do petróleo na região, já que desde
que este mercado foi aberto, em 1997, todos os contratos de cessão preveem o
uso de 1% do faturamento bruto em pesquisas, desenvolvimento e inovação – entre
os quais incluem energias renováveis.
“A partir do
petróleo, a região atrai novas usinas térmicas a gás natural e também de
energia solar, eólica e, em breve, de hidrogênio. Além disso, a própria
indústria de petróleo e gás também investe em processos produtivos mais limpos.
A indústria de petróleo e gás possui infraestrutura que ainda será usada por
muitos anos, gerando emprego, renda e royalties; em paralelo, as companhias
ampliam seus horizontes de atuação. E o que não falta no Norte Fluminense são
projetos”, conclui Karine.
A região
também já vem se destacando na energia solar. Um levantamento da Firjan mostrou
que Campos é a segunda cidade do Estado com maior número de geração distribuída
por essa fonte de energia. Além disso, na localidade de Caetá, em São João da
Barra, fica a primeira cooperativa do Estado do Rio, a Cosolar. Fundada
formalmente neste ano, a usina com 150 placas produz energia que abastece
residências não só de São João, como de Campos e até de Macaé.
“Já temos
inclusive interessados da Região Serrana, e nossa expectativa é dobrar o número
de cooperados até o fim do ano, tendo em vista a série de vantagens que uma
cooperativa permite. Por exemplo, não precisa mexer no telhado, o que facilita
o uso por moradores de edifícios ou de quem paga aluguel. Sem contar os ganhos
em escala, pois a instalação fica mais barata”, conta Rodrigo Martins, um dos
cooperados-fundadores da Cosolar.
Para discutir essas e outras iniciativas, a Firjan NF criou o evento “Radar Energia NF: o Norte Fluminense como polo gerador de energia no estado do Rio”, que vai atualizar o panorama de investimentos em energia na região. On-line e gratuito, estarão presentes Karine Fragoso, gerente de PeG da Firjan e diretora geral da ONIP; Fernando Montera, coordenador de Relacionamento Estratégico PeG da Firjan; e Tatiana Lauria, especialista da Gerência de Infraestrutura da Firjan. O evento acontece dia 28 de outubro, das 10h às 12h, e as inscrições estão abertas até o dia 26 de outubro pelo link: https://bit.ly/radar-energia-norte-fluminense.
FONTE:CAMPOS
24 HS
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