Produzir com menos custos é uma das metas das empresas
Indústria Wirth Calçados Dois Irmãos (RS) Foto: Miguel Ângelo
A pandemia
do novo coronavírus (Covid-19) levou grandes e médias indústrias a investir em
processos de inovação para aumentar a competitividade. É o que aponta pesquisa
da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada hoje (19). De acordo com
o estudo, realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, oito em cada dez indústrias
inovaram e viram crescer a produtividade e os resultados financeiros.
O
levantamento teve por objetivo mapear a percepção de executivos de empresas no
Brasil sobre o atual cenário de inovação dentro e fora das principais
companhias em atividade no país. Foram entrevistados executivos de 500
indústrias durante o mês de setembro e a amostragem foi controlada por porte
das empresas (médias e grandes) e setor de atividade.
Do total de
empresas industriais de médio e grande porte, 88% promoveram alguma inovação
durante a pandemia de covid-19, como forma de buscar soluções para a crise
imposta pelo contexto sanitário.
“Dentre o
total de empresas ouvidas, 80% registraram ganhos de produtividade,
competitividade e lucratividade decorrentes de inovações. Outras 5% tiveram
dois desses ganhos e 2%, um ganho. Apenas 1% das indústrias brasileiras inovou
e não viu nenhum incremento em seus resultados. Os dados mostram que somente
13% dos executivos entrevistados disseram que suas empresas não inovaram
durante a pandemia”, informou a CNI.
O
levantamento indica, também, que 51% das indústrias não possuem setor
específico voltado para a renovação. Os dados apontam, ainda, que 63% das
empresas pesquisadas não têm orçamento reservado para inovação e 65% não
dispõem de profissionais exclusivamente dedicados a mudanças.
De acordo
com a pesquisa, as principais causas para dificuldade em mudar durante a
pandemia são acessar recursos financeiros de fontes externas (19%), a
instabilidade do cenário externo (8%), a contratação de profissionais (7%),
falta de mão de obra qualificada (8%) e o orçamento da empresa (6%).
Os dados mostram,
ainda, que a pandemia trouxe alterações na produção das empresas, com 67% dos
entrevistados afirmando que a covid-19 evidenciou alterações na relação com os
trabalhadores; 60% disseram que tiveram alterações nas vendas; 59% nas relações
com clientes; 58% na gestão; 53% nas linhas de produção; 51% na utilização de
tecnologias digitais e 44% na logística.
Segundo a
CNI, entre os entrevistados, 79% responderam que foram prejudicadas com a
pandemia, com destaque para a Região Nordeste, que concentrou 93% das respostas
positivas. E 58% das indústrias disseram que a cadeia de fornecedores foi a
mais prejudicada, seguida de vendas (40%) e linhas de produção (23%).
Ao mesmo
tempo, 20% dos executivos disseram que foram pouco ou nada prejudicados pela
pandemia. No total, 55% das empresas afirmaram que tiveram aumento no
faturamento bruto.
A pesquisa
mostrou, ainda, que, para os próximos três anos, as empresas consideram como
prioridades ampliar o volume de vendas (49%), produzir com menos custos (49%),
produzir com mais eficiência (41%), ampliar a produção (34%) e fabricar novos
produtos (27%). Para isso, entre os setores que as indústrias consideram mais
importante inovar estão o de relação com o consumidor (36%), setor de processos
(35%) e de produção (31%)
Fonte:
Agência Brasil
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