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10/11/2021

FIM DE UMA ERA: GOL DEVE SAIR DE LINHA EM 2022

Veterano será substituído pelo VW Polo Track, que se tornará o novo carro de entrada da Volkswagen a partir de 2023

 



Na última sexta-feira (5), a Volkswagen anunciou que até 2026 deve investir R$ 7 bilhões em projetos para desenvolver tecnologias de digitalização e promover a descarbonização. As informações são da AutoEsporte.

 

Um dos focos será a implementação de novos modelos na plataforma modular MQB, o que dará fim a um dos veículos mais populares da montadora, o VW Gol (produzido na plataforma PQ24).

 

O veterano será substituído pelo VW Polo Track, que se tornará o novo carro de entrada da Volkswagen a partir de 2023. No entanto, o presidente e CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, afirmou que o Gol continuará sendo oferecido no mercado brasileiro em 2022. Desse modo, o hatch deve sair de linha só no final do ano que vem.

 

Mas uma das versões do modelo pode ter seu fim ainda em 2021. Isso porque no início do ano que vem entra em vigor a nova norma de emissões do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores L7 (Proconve L7), que exige uma redução nas emissões de poluentes dos veículos nacionais.

 

Para cumprir as exigências, algumas montadoras terão de atualizar o conjunto mecânico de seus modelos. Porém, as mudanças podem não ser vantajosas para certos carros com plataformas mais antigas, como o Gol.

 

Segundo a fabricante, “o Gol continua sendo produzido e comercializado normalmente no Brasil”. Entretanto, com as novas regras do Proconve L7, o motor 1.6 de 104 cv com câmbio manual (R$ 75.250) não deverá estar no mercado em 2022.

 

Dessa forma, o modelo continuará sendo produzido apenas nas versões 1.0 manual e 1.6 automática, hoje disponíveis por R$ 67.790 e R$ 83.390, respectivamente.

 

O motor 1.6 manual equipa, além do Gol, a Saveiro e o Voyage (picape e sedã derivados do hatch). Ambos os modelos também devem perder tal configuração.

 


Por que a Volkswagen deu mais um ano de vida para o Gol?


Fabricado no Brasil desde 1980, o Gol é considerado um dos maiores sucessos da Volkswagen. É também o carro mais exportado da história do país e foi líder de vendas por quase 30 anos. Em outubro, foi o décimo veículo mais emplacado por aqui, com 5.039 unidades.

 

A boa receptividade do público e os números de vendas consistentes podem ser alguns dos motivos por trás da decisão da fabricante de dar mais um ano de vida ao hatch e seus derivados – algo que não foi feito com o Fox e Up!, carro populares da marca que saíram de linha neste ano.

 

Polo Track será o novo carro de entrada da Volkswagen — Foto: Divulgação


A história do Gol


Na metade dos anos 70, a Volkswagen já começava pensar em um substituto para o seu maior sucesso no mercado nacional – o Fusca. E ela sabia que precisava de um produto moderno e icônico que fizesse a cabeça dos consumidores, assim como seu consagrado modelo.

 

Projeto BX


Para isso, a marca germânica buscou algumas inspirações dento do seu portfólio. No mercado europeu, a Volkswagen já tinha dois nomes de peso, o Polo e o Golf mas que seriam caros demais para produzir por aqui. A solução era buscar inspiração neles e adicionar o toque brasileiro nessa composição.

 

Embora bem mais moderno que o Fusca, o novo modelo deveria ter uma boa suspensão – firme e rígida, mas que também trouxesse conforto aos passageiros. A solução foi utilizar a base do primeiro Polo europeu e adaptá-la para as condições das nossas ruas e estradas.

 

Essa plataforma foi projetada por Phillip Schmidt – pai do Polo europeu – que fora transferido para o Brasil para ser o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Volkswagen e assim dar início ao futuro projeto BX, como era chamado internamente o Gol. Os primeiros esboços começaram a ser criados em maio de 1976, e o primeiro protótipo surgiu em dezembro de 1977.

 

Assim como o Passat, o projeto BX teria um design mais anguloso com apenas duas portas, vidro traseiro inclinado, com motor e tração dianteiros. No entanto, a referência de estilo não foi o Polo ou o Golf mas sim o Scirocco, uma versão esportiva do Golf que inspirou e muito o hatch nacional.

 

Design resolvido, era hora de escolher o nome. Alguns foram propostos, mas para seguir a mesma tradição que os hatches da marca adotavam (com nomes relacionados a esportes) o nome Gol foi sugerido pelo jornalista Nehemias Vassão, que fazia jus à paixão nacional, o futebol.

 

Com o nome escolhido, a Volkswagen agora precisava encontrar uma forma de reduzir custos para produzir o novo carro no país. A solução encontrada, no entanto, cobraria caro da marca nos primeiros anos. Em vez de utilizar motores transversais, o Gol utilizou o motor montado na posição longitudinal – prática que durou até meados de 2008. Para complicar a situação, a VW resolveu adaptar o motor arrefecido a ar de 1.3 litro do Fusca para estrear no Gol.

 

Primeira geração – 1980 a 1994

 

(Foto: Divulgação)


A primeira geração chegou ao mercado brasileiro em maio de 1980 em duas versões, a básica e L. O desenho era moderno e remetia à esportividade, os faróis eram pequenos e retangulares e a carroceria tinha uma boa área envidraçada, o que ajudava a criar uma sensação de amplo espaço interno.

 

A traseira tinha lanternas também pequenas e quadradas, dando um toque minimalista ao desenho geral do carro. O interior possuía alguns elementos oriundos de modelos mais caros como o Passat e da Variant II. O porta-malas oferecia generosos 380 litros de espaço pois o estepe ficava dentro do cofre do motor.

 

O motor 1.3 arrefecido a ar do Gol possuía 42 cv e 9,2 kgfm de torque associado ao câmbio manual de 4 velocidades também herdado do veterano Fusca. Com uma concepção mais antiquada do que os motores refrigerados a água, o Gol teve uma recepção morna no mercado.

 

O desempenho aquém da expectativa fez a Volkswagen oferecer outro motor no ano seguinte, o 1.6 ainda refrigerado a ar, mas com dupla carburação e 51 cv de potência e 10,5 kgfm de torque. Com esse novo motor, o compacto fazia o 0 a 100 km/h em 15,4 segundos e atingia os 143 km/h de velocidade máxima.

 

E assim como os seus concorrentes, o Gol criaria ramificações. Em 1981 era lançado o sedan Voyage, que utilizava uma dianteira levemente alterada, em comparação ao Gol, e uma perua, a Parati, que chegaria ao mercado nacional em junho de 1982. A família ficaria completa em setembro do mesmo ano com a picape Saveiro.

 

Mas ainda faltava tempero ao Gol. Foi assim que em março de 1984, a Volkswagen resolveu dois problemas de uma vez, introduziu um motor refrigerado a água e de quebra criou uma versão esportiva à altura do concorrente Ford Escort XR3. Sim, estamos falando do Gol GT, equipado com o motor 1.8 nas versões a etanol ou gasolina que entregava 99 cv e 14,9 kgfm de torque. Com esse novo propulsor, o Gol GT era capaz de ir de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos e atingir a velocidade máxima de 180 km/h.

 

O Gol GT se diferenciava pela grade na cor da carroceria, faróis de longo alcance montados na grade, defletor sob o para-choque, rodas de alumínio de 14 polegadas com desenho inédito, e o icônico adesivo GT instalado no vidro traseiro – que fora inspirado na versão esportiva do Scirocco.

 

No interior, o Gol GT contava com os aclamados bancos Recaro, console com relógio digital, instrumentos com grafia vermelha, e o mesmo volante do Passat TS. A suspensão também ganhava um acerto novo, ficando mais firme, com direito a novas molas dianteiras, uma barra estabilizadora maior e novos amortecedores.

 

Ainda em 1984, a Volkswagen introduzia o motor MD270, um 1.5 litro arrefecido a água com 78 cv e que no ano seguinte, passou a ter 1.6 litro e entregar 81 cv e 12,8 kgfm de torque. A dianteira do hatch recebia o mesmo layout do Voyage – com faróis separados das luzes de seta – e o estepe foi realocado do cofre do motor, para dentro do porta-malas.

 

O primeiro facelift


Ainda na primeira geração, a linha Gol ganhou pequenos retoques concentrados na dianteira e traseira, em 1987. Os faróis retangulares passaram a ser mais integrados à carroceria e as luzes de seta foram adicionadas a el. A grade dianteira ficava levemente mais baixa, e o para-choque dianteiro tornou-se mais volumoso.

 

A traseira ganhava novas lanternas – que agora também adotavam o formato retangular – o que ajudava a passar a sensação de o carro era mais largo do que realmente era. De quebra, o Gol ganhava uma nova versão esportiva, a GTS que substituía o GT e trazia como diferencial molduras laterais e spoiler traseiro, entre outros detalhes.

 

Enquanto o exterior estreou em 1987 o interior do Gol só mudaria em 1988, com dois layouts: um mais refinado, e outro mais simples. Algumas peças do interior eram compartilhadas com o Santana – como as teclas próximas ao volante, e o quadro de instrumentos. E no Salão do Automóvel do mesmo ano, a Volkswagen apresentava o Gol GTi – o primeiro nacional com injeção eletrônica de série.

 

GTi

 

(Foto: Divulgação)


Dotado de um motor AP 2.0 com injeção eletrônica, o Gol GTi entregava 112 cv – a Volks dizia 120 cv – e 18,3 kgfm de torque. Com esse novo motor e nova tecnologia, o Gol GTi fazia o 0 a 100 km/h em 8,8 segundos e atingia a velocidade máxima de 185 km/h. Além disso, ele ganhava um visual e uma cor exclusivas – o azul Mônaco.

 

A pintura era bicolor, com a carroceria pintada de azul, e a parte dos plásticos, tinha tons mais claros – como o branco ou cinza – e ainda o modelo ostentava belas rodas de liga leve.

 

No interior, os bancos ganhavam encosto de cabeça vazados, volante com revestimento de couro e quadro de instrumentos com iluminação vermelha. Essa versão a princípio foi limitada a apenas 2.000 unidades.

 

A Autolatina surge


Um ano antes de apresentar o Gol GTi, a Volkswagen se juntou com a Ford para criar a Autolatina – que fazia com que as duas empresas trocassem know-how e expertise dos seus produtos entre si.

 

Foi assim que surgiram alguns modelos interessantes, como o Ford Escort com o motor 1.6 AP e o Gol CL com motor CHT – que era de origem Renault, mas foi rebatizado de AE-1600. Com isso, era possível ter um Gol mais econômico – com os motores da Ford – e encontrar versões do Escort com motores mais potentes, oriundos da Volkswagen.

 

O segundo facelift

 

Gol 1000 (Foto: Divulgação)


O segundo facelift feito na primeira geração do Gol foi apresentado em 1991, quando o modelo ganhava faróis e lanternas mais amendoadas, e grade ligeiramente menor e mais estreita, se comparados com o primeiro facelift do modelo.

 

Ainda nesse mesmo ano, o Gol GTi também recebia as mesmas novidades visuais do restante da linha, com destaque para as novas rodas de liga leve – que por muitos anos foram sonho de consumo de muitos admiradores da Volkswagen. Já para 1992, a Volkswagen apresentava o Gol 1000 – uma resposta direta ao Fiat Uno Mille com motor 1.0.

 

O Gol 1000 tinha um acabamento mais simples, e era equipado com o motor 1.0 que entregava 50 cv e 7,3 kgfm de torque. O mesmo motor também foi usado pelo Escort Hobby, mas com uma diferença de seis meses entre um lançamento e outro.

 

Nessa época, o Gol já liderava o ranking de vendas há mais de cinco anos e sua mecânica, confiabilidade e desempenho encantavam muitos clientes. No entanto, a abertura das importações de veículos em 1991 iria mudar o panorama do mercado nos próximos anos quando a segunda geração do Volkswagen foi lançada.

 

O ano de 1990 marcou a segunda, e última, mudança de visual da primeira geração. Quatro anos depois, em 1994, a segunda geração foi lançada com um visual completamente novo, ganhando o apelido de bolinha. Outras duas reestilizações marcaram essa fase do Gol, em 1999 e 2005, sendo chamadas comercialmente de geração 3 (G3) e geração 4 (G4).

 

Gol bolinha (Foto: Divulgação)


Em 2008, com um projeto completamente novo, o Gol chegava à geração atual. Ela foi a primeira a utilizar o motor na posição transversal, trouxe o Voyage de volta ao mercado (após mais de 10 anos de ausência) e elevou o nível de acabamento do veículo. Chamada de geração 5, ela foi retocada em 2012, 2016 e 2018, quando ganhou o visual atual e a opção de câmbio automático pela primeira vez.

 

Gol G3 (Foto: Divulgação)


FONTE:PORTAL VIU

 

 

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