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03/01/2022

Dois anos de Covid: Fim da pandemia ou nova onda? O que esperar para 2022

 Afinal, o ano de 2022 nos reserva o retorno do Carnaval ou um novo lockdown?



Dois anos após a primeira infecção pelo SARS-COV-2, o vírus causador da Covid-19, cientistas e autoridades do mundo se debruçam para estudar os possíveis rumos da pandemia. Com o surgimento da variante Ômicron, identificada pela primeira vez na África do Sul, os planos de flexibilização das medidas sanitárias, com reabertura dos comércios, retomada de shows, eventos e do turismo internacional, dão lugar a novos bloqueios e exigências, entre elas, a de comprovação da vacinação contra a doença. Neste cenário, especialistas se desdobram para responder a dúvida que ainda persiste: o que esperar da crise sanitária no próximo ano? É possível pensar em fim da pandemia ou devemos vivenciar novas ondas da Covid-19? Afinal, o ano de 2022 nos reserva o retorno do Carnaval ou um novo lockdown?


No geral, a avaliação sobre o futuro da pandemia é nebulosa. Um dos motivos para essa dificuldade nas projeções é justamente a recente descoberta, e o avanço, da Ômicron, já presente em mais de 75 países. Com a nova cepa, dúvidas sobre a transmissibilidade do coronavírus e o possível escape da mutação às vacinas prejudicam as análises e tornam os cenários mais dinâmicos, explica Marília Turchi, infectologista do Laboratório Padrão/Grupo Pardini. Segundo ela, a situação em 2022 vai depender de múltiplos fatores, como o alcance da cobertura vacinal e o surgimento de novas cepas. Mas a notícia positiva é que o mundo chega “mais preparado” para enfrentar a Covid-19 no próximo ano. “É um grande alento começar 2022 com esses ganhos que a ciência trouxe. Se a gente pensar em 2020, quando a testagem era difícil, e em 2021, onde as vacinas ainda estavam começando a ser utilizadas, vemos um cenário muito mais preparado.”


Esse rol de ganhos da ciência nos dois primeiros anos de pandemia, citados por Turchi, se traduz nos resultados positivos das vacinas, mas também nos avanços para o tratamento da doença, como a pílula antiviral produzida pela Pfizer, que apresentou 89% de eficácia contra casos graves e mortes em decorrência da infecção. Aos olhos dos especialistas, a avaliação é que embora seja prematuro e até inconsistente falar sobre o “fim da pandemia”, o mundo já conhece as medidas necessárias para avançar rumo ao controle do coronavírus, evitando o surgimento de novas ondas da doença “Não é momento de dizer que acabou, porque não passou, mas temos um arsenal que nos permite enfrentar a Covid-19 melhor, com vacinas, testagem e máscaras, porque elas ainda se fazem necessárias, considerando a baixa cobertura vacinal. É momento de ter alerta, não pânico. Ter controle, vigilância e adesão às medidas que já mostraram que são efetivas”, diz a Marília Turchi.(leia mais abaixo)


Assim como a infectologista, o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, também não enxerga um momento propício para falar sobre fim da crise sanitária. Ele explica que é um consenso mundial a incapacidade de se alcançar a erradicação do coronavírus. Ou seja, assim como o vírus influenza, responsável pela gripe, o SARS-COV-2 vai continuar existindo, mas de forma controlada. Até que isso aconteça, no entanto, os protocolos sanitários devem ser mantidos para controlar a transmissão do vírus, evitar novos aumentos de casos e futuras mutações. “Só o tempo vai nos dizer como a pandemia vai evoluir. Não acabou, sabemos que mesmo pessoas vacinadas podem se infectar, podem adoecer. Então é manter altos níveis vacinais, manter o uso de máscaras e evitar aglomerações, isso ainda é fundamental neste momento”, defende Juarez Cunha. 


Equidade vacinal: caminho para o fim da pandemia

Para as autoridades de saúde é inegável a importância da vacinação para a redução dos casos graves, hospitalizações e mortes pela Covid-19, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo. Entretanto, os especialistas alertam que o fim da situação pandêmica do SARS-COV-2 vai depender de uma ação global em prol da equidade vacinal. Ou seja, é preciso garantir de todas as nações tenham acesso aos imunizantes e que eles sejam efetivamente aplicados na população. “Precisa ter vacina para o mundo inteiro e vacina no braço das pessoas. Vemos países ricos, que têm possibilidade de ter vacina, com parte da população que não se imunizou. A questão é equidade, países que não têm vacinas precisam desse olhar global”, defende Marília Turchi. Assim como ela, a biomédica Mellanie Dutra também destaca a necessidade de um esforço conjunto em prol da imunização, especialmente em países subdesenvolvidos, onde o acesso às vacinas é praticamente inexistente neste momento.


“Tudo vai depender se vamos conseguir controlar a transmissão e melhorar a equidade das vacinas, para que a gente possa ter uma imunização mais presente no mundo de forma homogênea. Vai ser extremamente importante ter a equidade até como uma medida para evitar o surgimento de novas variantes, para que a transmissão fique baixa e então a gente controle esse vírus”, relata a biomédica. Na visão dela, o decreto que coloca fim da situação pandêmica da Covid-19 deve ser feito pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em dados futuros sobre a doença nos continentes. “A maneira mais fácil de decretar o fim da pandemia seria não existindo a circulação do vírus”, pontua. No entanto, sem um acesso global à vacinação, é possível que a emergência de saúde pública continue existindo em lugares específicos por um longo tempo.


Fonte: Jovem Pan


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