Pesquisa da Firjan e da Fiocruz mostra que variante é predominante entre trabalhadores do setor no Estado do Rio
(Foto: José
Paulo Lacerda/CNI)
Pesquisadores
do Laboratório de Biologia Molecular, da Firjan, e do Centro de Desenvolvimento
Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) confirmaram a presença da variante Ômicron
em 91 das 95 amostras selecionadas entre os testes positivos realizados nos
trabalhadores da indústria do estado do Rio de Janeiro neste início de ano.
Foram feitos 567 testes, dos quais 245 deram positivo para a Covid-19.
Destes,
foram selecionadas 95 amostras para o sequenciamento genético do SARS-CoV-2,
que indica qual a variante presente. Somente quatro eram da variante Delta,
predominante no ano passado. As demais eram da Ômicron, que chegou ao Brasil no
final de 2021. O sequenciamento utilizou amostras com alta carga viral, o que
facilita a detecção da variante.
A pesquisa
usou 92 amostras positivas para a Covid do mês de janeiro e 3 coletadas no fim
do ano passado. A variante delta foi predominante em 2021, entretanto apenas 1
amostra dentre as 92 sequenciadas em janeiro era da variante. Todas as demais
eram da nova variante Ômicron, da linhagem BA.1. Porém, não foi detectada a
linhagem BA.2, já encontrada na Europa.
O
levantamento confirma a percepção do crescimento da Ômicron e de sua alta transmissibilidade.
Os pesquisadores alertam para a importância da vacinação e da manutenção dos
protocolos de segurança e cuidados contra a COVID-19 nos ambientes laborais.
Devido aos
novos casos de Covid em todo o estado do Rio, levantamento produzido pela Firjan
aponta que a perda potencial na indústria fluminense pode chegar a R$ 260
milhões em apenas um mês. O cálculo considera o valor da produção diária por
trabalhador da indústria, o protocolo de segurança – com isolamento social de
pelo menos cinco dias – e a média móvel de 4.288 novos casos de Covid
confirmados no estado do Rio de 23 de dezembro a 10 de janeiro.
Pesquisador
chefe do Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional (CIS SO), ligado à Firjan
SESI, Sergio Kuriyama reforça a necessidade de testagem de forma periódica para
a verificação da escalada de casos. “Conforme dados de testagem da Firjan, a
contaminação pela Ômicron fez com que os casos positivos de Covid na indústria
alcançassem 43% das amostras de janeiro, enquanto a maior taxa de contaminação
nos anos de 2020 e 2021 foi de 8,6% em junho de 2020”, destaca Kuriyama.
O
sequenciamento feito no Lab Biomol, sob orientação do CDTS, é fruto de um
memorando de entendimento entre a federação e a Fiocruz. O pesquisador da
Fiocruz, Thiago Moreno, alerta para o trabalho de sequenciamento dos casos
positivos de SARS-CoV-2, como forma de detectar as novas variantes e adoção dos
protocolos de segurança.
“Essa nota
destaca o alerta para trabalhadores e empresários reforçarem as medidas de
higiene, o uso de máscara e a testagem precoce para manter o ambiente de
trabalho seguro”, ressalta Moreno.
Na primeira
semana do ano, diante da constatação da transmissão comunitária no Rio de
Janeiro da nova variante, a Firjan SESI lançou o Guia de Saúde para orientar as
indústrias quanto aos cuidados necessários e às boas práticas de prevenção da
doença. A variante Ômicron tem se mostrado de baixa letalidade, graças a boa
cobertura vacinal no Rio. Ainda assim, se exige o isolamento de quem a contrai,
o que provoca um alto número de ausências de trabalho e a consequente queda da
produtividade.
Inaugurado
em outubro do ano passado, o Laboratório de Biologia Molecular (Lab Biomol), da
Firjan, está equipado para avançar na questão das variantes do SARS-CoV-2,
sequenciando cepas que estão surgindo e circulando, por meio de análise
genética do vírus. Além disso, a nova área do Instituto SENAI de Química Verde
(ISI QV) apresenta tecnologia de ponta para desenvolver projetos na área de
biologia molecular e biotecnologia, apoiar pesquisas de novos medicamentos,
vacinas e outros insumos, reforçando, assim, o Complexo Industrial da Saúde do
Rio de Janeiro.
Fonte:
Firjan
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