Durante a madrugada desta sexta-feira (18), sirenes no Morro da Oficina, um dos locais mais devastados pela tempestade que destruiu a cidade, voltaram a tocar. Ao todo, apenas 70 corpos foram identificados
Após quatro dias de buscas em Petrópolis, o Corpo de Bombeiros acredita ainda ser possível resgatar vítimas com vida da lama. Durante a madrugada desta sexta-feira (18), sirenes no Morro da Oficina – um dos locais mais devastados pela tempestade que causou deslizamentos e destruiu a cidade – voltaram a tocar.
O número de mortos chegou a 126, segundo o Corpo de Bombeiros. O Instituto Médico-Legal (IML) informou que, entre as vítimas, há 79 mulheres e 41 homens, sendo 21 menores de idade. Ao todo, 70 corpos foram identificados, e outros 64, liberados. Veja quem são algumas das vítimas já reconhecidas.
O IML recebeu ainda partes de outros dois corpos – nesse caso, não é possível identificar se são de homem ou de mulher, razão pela qual será preciso fazer coleta de material genético de parentes.
Até esta quinta-feira (17), o IML tinha apenas um caminhão frigorífico para armazenar os corpos. Nesta sexta, com o reforço da infraestrutura, o órgão passou a contar com dois caminhões e dois contêineres frigoríficos.
Segundo a Polícia Civil, foram feitos 116 registros de desaparecimentos, mas não se sabe quantos desses já foram encontrados. Veja quem são os desaparecidos.
Até a última atualização desta reportagem, o tempo permanecia instável em Petrópolis nesta sexta. O coronel Leandro Monteiro, secretário estadual de da Defesa Civil e comandante dos bombeiros, explicou que não pode avançar com máquinas pesadas, como tratores, em qualquer lugar.
“Nestes locais onde a população pede o uso de máquinas, nós não podemos entrar com máquinas agora. O Corpo de Bombeiros acredita encontrar pessoas com vida ali”, afirmou Monteiro. “Eu não posso remover o solo da maneira que eles querem.”
Monteiro detalhou o protocolo dos bombeiros. “Temos uma técnica para este tipo de desastre. Primeiro, precisamos de silêncio. É um trabalho manual, chamamos as pessoas pelo nome, depois passamos com os cães treinados para encontrarem pessoas vivas, e depois os bombeiros passam fazendo mais um chamado pelo nome.”
Nesta sexta-feira (18), o tempo permanece instável em Petrópolis. Voltou a chover forte na noite de quinta, o que fez a Defesa Civil acionar as 14 sirenes do primeiro distrito, para aviso de previsão de chuva forte na região.
Por causa do mau tempo e do terreno instável, as buscas a desaparecidos foram suspensas à noite para garantir a segurança das equipes.
A Defesa
Civil do município também disparou sirenes nessas localidades:
24 de maio;
Ferroviários;
Vila Felipe
— Chácara Flora 2;
Sargento
Bohning;
São
Sebastião — Adão Brand;
São
Sebastião — Vital Brasil;
Siméria
Novo
deslizamento
Também na
tarde de quinta, um novo deslizamento fez com que as autoridades retirassem as
pessoas do bairro 24 de Maio. Uma moradora contou que uma barreira passou a um
palmo da casa dela.
Segundo a
Polícia Civil, foram feitos 116 registros de desaparecimentos, mas não se sabe
quantos desses já foram encontrados.(leia mais abaixo)
A Delegacia
de descoberta de paradeiros (DDPA) mandou quase todo seu efetivo para
Petrópolis.
Quatro
equipes passaram o dia fazendo uma varredura em hospitais, abrigos e escolas
para identificar as pessoas desaparecidas.
"As
pessoas que perderam entes queridos não têm condição de ir a um delegado fazer
registro de desaparecimento. Então, montamos esse mutirão, indo nos locais,
para pegar nomes, dados, roupas que essas pessoas estavam usando na hora, tudo
pra facilitar essas identificações", explicou a delegada Ellen Souto.
Resgates
Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, 24 pessoas foram resgatadas com vida e 705 pessoas foram encaminhadas para os 33 pontos de apoio montados na cidade em igrejas e escolas da rede pública municipal.
Entre os
sobreviventes, os rodoviários que trabalhavam nos dois ônibus que foram
arrastados para dentro do rio Quitandinha conseguiram sair dos veículos com
vida.
A informação
foi divulgada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de
Petrópolis (Setranspetro) nesta quinta-feira (17).
Segundo o
Centro Nacional de Monitoramento e Alerta, permanece muito alta a possibilidade
de ocorrência de eventos de movimentos de massa na Região Serrana do Rio,
especialmente em Petrópolis.
Ainda de acordo com o Cemaden, estes fatores indicam um elevado nível de umidade do solo que pode favorecer a ocorrência de deslizamentos de terra mesmo na ausência de chuva.
Na manhã
desta quinta, foram publicadas duas medidas no Diário Oficial do Rio de Janeiro
para ajudar o município. O pagamento do IPVA e do ICMS foram prorrogados para o
segundo semestre e a Alerj vai repassar R$ 30 milhões para a prefeitura de
Petrópolis.
O governador
Cláudio Castro (PL) esteve na cidade da Região Serrana na quarta-feira
(16).
Ele concedeu
uma coletiva ao lado do prefeito Rubens Bomtempo e do secretário de Estado de
Defesa Civil, Leandro Monteiro.
"Foi a
pior chuva desde 1932. Realmente, foram 240 milímetros em coisa de duas horas.
Foi uma chuva altamente extraordinária", atualizou o governador.
Segundo
Castro, o temporal em Petrópolis uniu 'tragédia histórica' e 'déficit que
realmente existe'.
Fonte: g1
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