Fins de semana agora têm três dias, para evitar demissões
O ano de
2022 começou sem o otimismo que perdurou na indústria metalúrgica friburguense
em 2021, mesmo com a pandemia, informa Wanderson Nogueira na sua coluna
"Observatório"(clique aqui). Após ótimos resultados que refletiram
inclusive no aumento de empregos, as vendas caíram, o que levou à diminuição da
demanda por produção. Pelo menos duas grandes fábricas locais, que vendem para
todo o continente, iniciaram o ano com demissões e redução da jornada de
trabalho.
Vendas em
queda
Desde
novembro, segundo profissionais ligados ao setor, vem se sentindo uma brutal diminuição
no número de pedidos. A curva seguiu caindo. A inflação descontrolada e a
consequente queda no consumo pode ser um dos fatores, além do aumento de juros
para financiamento de imóveis e reformas. No entanto, há esperança de que uma
prevista retomada do setor de construção civil possa reverter o quadro. Para o
setor de fechaduras e cadeados, porém, a retomada tem um delay, ou seja, leva
mais uns meses para sentir o reflexo desse possível aumento nas vendas.
Saldos
positivos interrompidos
As demissões
ocorridas em janeiro só devem refletir na plataforma Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados) no fim de fevereiro, quando a Secretaria Nacional
de Trabalho divulga os dados consolidados do mês anterior. Pode ser que Nova
Friburgo registre mais desemprego do que emprego, após 12 meses seguidos de
altas e saldos positivos.
Setores em
dificuldades
Além das
demissões no setor metalúrgico, se somarão ao número do desemprego de Nova
Friburgo, as vagas criadas para períodos temporários de fim de ano no comércio
e em confecções. O setor de eventos que está tendo novas restrições por conta
da alta de casos de Covid-19 e H2N3, também pode reforçar o aumento do
desemprego. O que pode reduzir os danos são as vagas criadas pela administração
pública municipal que abriu concorrências simplificadas de vagas nos setores de
saúde e educação. A conferir.
Sextas-feiras
de folga
Para evitar
mais demissões, uma das tomadas de decisões de algumas dessas fábricas de
cadeados e fechaduras foi a redução da jornada de trabalho, com o fim de horas
extras. Para gerar mais economia, o fim de semana foi estendido e a sexta-feira
ou não tem atividades ou estão restritas a setores específicos. Os
trabalhadores ficam em casa. O retorno normal só deve ocorrer quando o mercado
se reaquecer. Lembrando que a redução de jornada de trabalho não é uma novidade
e é um método instituído pelas gestões em tempos difíceis.
Abuso na
venda de testes Covid-19
Ainda que em
Nova Friburgo não tenha se visto algo que está ocorrendo em outras cidades
brasileiras, as autoridades estaduais, especialmente o Procon, estão de olho. A
lei da oferta e demanda, além da estimada falta de testes em breve, estão
inflacionando os preços dos testes de laboratórios e os vendidos em farmácias.
Preços
mantidos em Nova Friburgo
Em uma
rápida pesquisa feita pela coluna, averiguamos que os valores seguem os mesmos
de antes da alta de suspeitas de Covid-19 e H2N3, em Nova Friburgo. Nas
farmácias, a média segue, a depender do teste, entre R$ 80 e R$ 120. Já nos
laboratórios, os exames continuam variando entre R$ 150 e R$ 250. Em ambos os
casos, é preciso fazer a marcação prévia.
Aumento
previsível
No entanto,
é provável que uma nova leva de testes que chegue à cidade tenha aumento de
preço pela lei do mercado. Ou seja, não será diretamente culpa dos vendedores
finais, pois eles devem receber os insumos com valores reajustados. Aliás, há
quem diga que se receber novos testes já será bom, uma vez que já há falta dos
produtos em alguns fornecedores.
Especulação
também existe
Para além de
Nova Friburgo, no entanto, o alerta está ligado: há suspeitas de que alguns
fornecedores e até estabelecimentos finais estão escondendo os testes para
questões especulativas. As multas, nesses casos, podem chegar a R$ 11 milhões.
Por aqui, abusos de farmácias e laboratórios serão fiscalizados e se
comprovados - punidos. O consumidor é fundamental nessa fiscalização com
denúncias aos órgãos competentes.
Passaporte
de vacina
Já são pelo
menos seis países no mundo que estabeleceram legalmente a obrigatoriedade da
vacina contra a Covid-19 para circular nas ruas. Pesadas multas têm sido
aplicadas para quem desrespeitar a norma. Áustria e Equador estão entre essas
nações. Ainda que a medida pareça extrema, repito a pergunta que tenho feito há
tempos: por que Nova Friburgo é uma das poucas cidades que sequer se aventa a
possibilidade de passaporte de vacina para entrar em locais fechados?
Friburguenses
em dia, mas e os turistas?
Segundo a
prefeitura, 81% da população geral friburguense está vacinada e 94% da
população em idade de se vacinar (igual ou maior de 12 anos) está com a segunda
dose já aplicada. Segundo especialistas, com 90% da população geral vacinada se
garante a sonhada imunidade coletiva. Com o início da vacinação infantil, Nova
Friburgo deve atingir os 90% em quatro meses. As crianças tomarão duas doses,
com intervalo de dois meses de uma para a outra. Ainda que os números
friburguenses estejam acima da média, a exigência do passaporte seria vital,
por exemplo, quanto aos turistas.
FONTE:A VOZ DA SERRA
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