Exame revela que vocalista da banda Calcinha Preta estava com lesões graves nos rins
O resultado
de um exame que avaliou a situação dos rins da cantora Paulinha Abelha revelou
que ela possuía lesões graves. A informação foi repassada ao g1, na noite desta
terça-feira (8), pelo assessor jurídico da banda, Wanderson dos Santos
Nascimento.
A artista
morreu no dia 23 de fevereiro em Aracaju. A certidão de óbito da cantora aponta
quatro causas da morte: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência
renal aguda e hepatite.
Resultado da
biópsia renal (laudo anatomopatológico): o exame mostra uma necrose tubular
aguda (NTA) muito acentuada. Tradução: o exame é dividido em duas partes, a
primeira diz respeito a conclusão da Necrose Tubular Aguda, conhecida como NTA,
que é uma das principais causas da insuficiência renal aguda decorrentes de
lesão no local do rim, responsável pelo seu funcionamento e principal local que
filtra as impurezas do corpo. Como foi muito acentuada, o rim normalmente para
de funcionar.
A nota, pela
amostra coletada do rim, explica que dentre as razões que levam à NTA não foi
possível diferenciar se teve um insulto isquêmico (quando algum motivo
prejudica a chegada de sangue para os órgão do corpo) ou nefrotoxicidade (que
pode ser por toxinas produzidas pelo próprio corpo ou toxinas externas, como
medicamentos).
Fibrose
intersticial e atrofia tubular leve (10%). Tradução: demonstra que as demais
regiões do rim tiveram comprometimentos variados, de fibrose a atrofia leve,
achados poucos específicos para chegar a um diagnóstico definitivo. Apesar das
lesões comprovadas o exame não confirma se elas teriam relação com uso de
medicamentos.
A
nefrologista preferiu não se identificar.
A
expectativa é que a partir desse resultado um laudo final sobre a morte de
Paulinha seja elaborado por especialistas.
Outros
exames
Exames da
cantora já haviam sido divulgados pela assessoria jurídica da banda, entre eles
um teste toxicológico que testou positivo para anfetaminas, encontradas em
remédio já utilizado juntamente com outros medicamentos para controle do peso,
pela cantora, e barbitúricos, presentes em sedativos, possivelmente
administrados durante a internação, pois não estavam prescritos na receita
apresentada pela assessoria.
O resultado
de uma biópsia indicou lesão hepática aguda com inflamação e morte das células
que formam o fígado, o que poderia ter sido causado pelo uso de medicamentos
para emagrecer. Entre eles, um estimulante anfetamínico.
Internação
após turnê
A cantora
foi internada em Aracaju em 11 de fevereiro, após sentir dores logo depois de
ter chegado à cidade depois de uma turnê com a banda em São Paulo.
Seu quadro
se agravou rapidamente. No dia 14, a cantora foi transferida para a UTI; três
dias depois, Paulinha entrou em coma. No dia 23, as lesões neurológicas da
cantora se agravaram e sua morte encefálica foi confirmada
Quem foi
Paulinha Abelha
Natural do
município de Simão Dias, no interior de Sergipe, Paula de Menezes Nascimento
Leça Viana, trabalhou com pai comercializando em feiras livres. Começou a
carreira como cantora profissional na banda Panela de Barro, onde fez dupla com
o cantor Daniel Diau.
Os dois
voltaram a cantar juntos na Calcinha Preta, que também é composta, atualmente,
por Silvânia Aquino e Bell Oliver. A história na banda tem idas e vindas, mas
começou no final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a descobriu.
Ao todo, ela gravou 21 CDs e três DVDs.
A cantora
foi homenageada na música que leva o seu nome, “Paulinha”. Deixou a banda em
2009 para integrar a G.D.Ó. do Forró com Marlus Viana, com quem foi casada. Em
2014, retornou para a Calcinha Preta. Em 2016, Paulinha deixou a banda para
formar dupla com a Silvânia Aquino, retornando ao grupo em 2018.
Entre os
maiores sucessos de Paulinha e da banda Calcinha Preta estão as músicas: “Você
Não Vale Nada”, “Furunfa”, “Baby doll”, “Louca por ti”, “Sonho Lindo”,
“Armadilha”, “Paulinha” e “Ainda te amo”.
A Calcinha
Preta gravou um DVD de 25 anos em fevereiro de 2020 e retornava à rotina de
shows após meses sem apresentações por conta da pandemia.
Até a
internação de Paulinha, o último compromisso do grupo foi a gravação do podcast
Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro.
Veja a
cronologia da internação:
11 de
fevereiro – A cantora Paulinha Abelha foi hospitalizada em Aracaju depois de
chegar de uma turnê com a banda Calcinha Preta em São Paulo. A internação foi
para tratar de problemas renais, mas a causa não foi divulgada;
14 de
fevereiro – O quadro da cantora se agravou e ela foi transferida para a UTI. A
partir daí, passou a fazer diálise;
17 de
fevereiro – O boletim médico desse dia informou que Paulinha estava em coma e,
por causa da instabilidade neurológica, não tinha condições clínicas
suficientes para a transferência. No fim da noite a situação mudou e ela foi
transferida para o Hospital Primavera, na Zona Sul de Aracaju, para fazer novos
exames renais;
18 de fevereiro
– O boletim médico informou que a artista permanecia em coma, clinicamente
estável, com quadro de infecção controlado e respirando com o suporte de
aparelho. A assessoria da cantora disse ainda que estava descartada a
possibilidade de morte cerebral, e que naquela tarde ela passaria por mais uma
sessão de hemodiálise. Segundo a assessoria, Paulinha estava sendo submetida a
um novo tratamento, que só deveria apresentar resposta em 72 horas. Com relação
à transferência para hospital de outro estado, a assessoria informou que não
havia previsão de quando poderia acontecer;
19 de
fevereiro – No fim da manhã do sábado, novo boletim informava que após a
investigação com exames complementares, foi afastada a possibilidade da cantora
estar com “doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a comunidade”.
O documento não trouxe mais detalhes sobre quais doenças seriam essas. À noite,
os médicos informaram que ela estava intubada e em coma persistente;
20 de
fevereiro – Segundo o boletim médico do domingo, a cantora apresentou quadro
neurológico grave e permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Ela também continuava em coma e intubada;
21 de
fevereiro – na segunda-feira, a artista seguia com quadro neurológico grave,
sem sinais de instabilidade hemodinâmica, respirando com a ajuda de aparelhos e
necessitando de diálise.
22 de
fevereiro- Na terça, de acordo com o boletim, ela permanecia com o quadro
neurológico grave inalterado, sem necessidade de medicamentos para ajuste da
pressão, respirando com a ajuda de aparelhos e necessitando de hemodiálise para
ajuste da função renal. No final da tarde, os médicos que acompanhavam a
cantora concederam entrevista coletiva e definiram o estado de coma dela com o
nível 3 na Escala de Glasglow, que se caracteriza como o mais profundo.
23 de
fevereiro- O último boletim divulgado pelo hospital, no começo da tarde de
quarta-feira informou que a cantora permanecia em coma com quadro neurológico
grave inalterado, respirando com a ajuda de aparelhos, fazendo hemodiálise e em
monitoramento contínuo das disfunções neurológica, renal e hepática. À noite, o
hospital emitiu a nota de falecimento. A artista morreu no dia 23 de fevereiro
em Aracaju. A certidão de óbito da cantora aponta quatro causas da morte:
meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite.
FONTE:PORTAL VIU
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