Relatório Covitel traz pela primeira vez dados sobre o consumo de cigarros eletrônicos no país
Um a cada 5 jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos no Brasil, aponta pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27). O dado inédito é resultado de entrevistas feitas com 9 mil pessoas por telefone, em todas as regiões do Brasil.
O relatório
Covitel apresenta pela primeira vez os dados referentes ao consumo dos
dispositivos eletrônicos para fumar no país. O índice é de 10,1% entre os
homens, contra 4,8% das mulheres. A região que mais fuma cigarros eletrônicos é
a Centro-Oeste, com 11,2% da população.
A pesquisa
também traz a taxa de experimentação de narguilé entre os brasileiros: 9,8%
dizem terem consumido, contra 5% das mulheres. A faixa dos 18 aos 24 anos
também é a que mais usa — 17% da população da faixa etária.
Tabagismo
Inicialmente,
uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chegou a apontar que um terço
dos brasileiros aumentou a carga diária de cigarros durante a pandemia — mais
de 30% dos homens e 38% das mulheres passaram a fumar pelo menos mais 10
cigarros. Metade da população continuou fumando a mesma quantidade.
Agora, a
Covitel fez uma comparação, portanto, entre o período pré-pandemia e o primeiro
trimestre deste ano. Segundo os dados — que não apontam a variação da
quantidade de cigarros diária, mas a porcentagem fumante da população — o
número de brasileiros tabagistas ficou estável entre um período e outro,
passando de 14,2% para 12,2%, diferença percentual que está dentro do intervalo
de confiança da pesquisa.
A região
Norte, no entanto, é exceção e apresentou uma queda no número de usuários: o
índice passou de 12,1% antes da pandemia para 8% no primeiro trimestre deste
ano. Veja os dados por região:
Consumo de
cigarro por região
Pré-pandemia
Norte: 12,1%
Nordeste:
10,1%
Centro-Oeste:
16,7%
Sul: 18,9%
Sudeste:
16,3%
1º trimestre
2022
Norte: 8%
Nordeste:
7,9%
Centro-Oeste:
12,6%
Sul: 15,5%
Sudeste:
14,3%
Sedentarismo
Pedro
Hallal, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e um dos
coordenadores da pesquisa, chama a atenção para um dado que considera relevante
no relatório: a redução da prática de atividade física na população brasileira
entre um período e o outro.
Segundo ele, "o aumento da inatividade física no Brasil poderá ter impactos catastróficos de longo prazo", aumentando o risco de infarto, derrame, diabetes, hipertensão e outras doenças. A pesquisa aponta que a porcentagem de brasileiros fisicamente ativos passou de 38,6% para 30,3%.
Além disso, o número de fisicamente inativos passou de 13,1%, na pré-pandemia, para 18,4%, no primeiro trimestre de 2022.
O Covitel -
Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não
Transmissíveis em Tempos de Pandemia - foi financiado pela Umane e é realizado
pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A
iniciativa conta ainda com cofinanciamento do Instituto Ibirapitanga e o apoio
da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Fonte: G1
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