Ex-governador de São Paulo enfrentou nos últimos meses resistência interna no PSDB e de partidos aliados da terceira via
João Doria
durante pronunciamento nesta segunda-feira (23). (Foto: Reprodução/Redes
sociais)
O
ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou a desistência de sua
pré-candidatura à Presidência no início da tarde desta segunda-feira (23), na
capital paulista. Doria enfrentava resistências internas no PSDB e de partidos
da terceira via e fez o anúncio em pronunciamento na Zona Sul de São Paulo.
“Para as
eleições deste ano me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma
leve”, disse Doria. A decisão do tucano é anunciada um dia antes de a executiva
do PSDB se reunir para definir como o partido se posicionará na disputa
presidencial de outubro.
No encontro
desta segunda-feira, a cúpula tucana reformou o pedido para Doria retirar a
candidatura para consolidar o nome da senadora Simone Tebet (MDB) como
candidata da terceira via. Bruno Araújo, presidente do PSDB, estava presente na
reunião e no pronunciamento do ex-governador.
Em seu
pronunciamento, o ex-governador afirmou que o Brasil “precisa de uma
alternativa para oferecer aos eleitores que não querem os extremos”. “Hoje,
neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB.
Aceito esta realidade de cabeça erguida”, afirmou o ex-governador.
Em novembro
do ano passado, Doria foi escolhido como pré-candidato do PSDB à Presidência da
República ao derrotar, em eleição interna, o ex-governador do Rio Grande do Sul
Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto.
Na ocasião,
após um processo tumultuado, o ex-governador de São Paulo recebeu 53,99% dos
votos, enquanto Leite obteve 44,66% e Virgílio, 1,35%.
Desde então,
Doria tenta se manter como candidato, apesar dos rachas internos no partido. No
dia 15 de maio, ele chegou enviar uma carta ao presidente do PSDB, Bruno
Araújo, em que subia o tom ao reafirmar que não desistiria da candidatura e que
poderia judicializar a situação, caso fosse abandonado pela sigla.
Apesar de ter realizado as prévias, o PSDB manteve contato com outras legendas, como o MDB e o Cidadania, a fim de construir uma candidatura única de centro ao Palácio do Planalto, que tem sido chamada de “terceira via”. Seria uma alternativa aos nomes do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT).
Bruno Araújo
tem dito que as articulações com outras siglas de centro contaram com a
“anuência” de João Doria.
As conversas
em torno de uma candidatura única da terceira via, entretanto, não têm
avançado. Recentemente, o União Brasil, presidido pelo deputado Luciano Bivar
(PE), que estava participando das negociações, anunciou o desembarque do
partido do grupo. Segundo Bivar, o União Brasil terá candidatura própria no
pleito de outubro.
O impasse
dentro do PSDB e a indicação, por meio de pesquisas eleitorais, de uma disputa
polarizada entre Lula e Bolsonaro levaram o ex-ministro das Relações Exteriores
e ex-senador Aloysio Nunes a anunciar apoio ao petista na disputa.
Em
entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Aloysio Nunes, que é filiado ao
PSDB há décadas, disse que Doria “não tem apoio consistente dentro do próprio
PSDB”.
E declarou
que Lula é o candidato capaz de derrotar Jair Bolsonaro. “Não há hesitação
possível. Vou apoiá-lo [Lula] no primeiro turno”, afirmou Nunes.
Fonte: G1
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