A Petrobrás
está investindo cada vez menos na Bacia de Campos dos Goytacazes-RJ, e isso
afeta diretamente os municípios do Norte Fluminense. Nos próximos cinco anos, a
estatal reduzirá a praticamente 1/3 os investimentos que fazia na região até
2015. O impacto virá na redução dos royalties, impostos e empregos gerados.
A previsão
de queda nos investimentos é real e está prevista no Plano de Desenvolvimento
da Bacia de Campos, apresentado no dia 20 de junho, durante um seminário no
Instituto Federal Fluminense (IFF), pelo gerente executivo de Águas Profundas
da Bacia de Campos, César Cunha.
Até 2026,
prevê o documento, a Petrobrás pretende investir 16 bilhões de dólares na Bacia
de Campos. Isto significa uma média de 3,2 bilhões de dólares por ano – quase
três vezes menos que em 2014 e 2015, quando a estatal chegou a investir 9
bilhões de dólares anuais.
– A gente vê
com muita indignação a forma como é feito o lançamento desses números, como se
fosse uma grande nova etapa na vida da Bacia de Campos e das prefeituras da
região. Na verdade, há uma distorção dos fatos em comparação com o passado,
quando o valor investido pela Petrobrás era muito maior – observa Tezeu
Bezerra, coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense
(Sindipetro-NF).
Segundo
Tezeu, o Plano de Desenvolvimento da Bacia de Campos esconde outro fato
preocupante: parte dos recursos será utilizada na desativação de plataformas –
o chamado descomissionamento. São unidades em mar que a Petrobrás não tem mais
interesse em operar e simplesmente deixarão de produzir. “Isso vai trazer um
enorme impacto no repasse de royalties para as prefeituras, além da arrecadação
de impostos; sem falar nos postos empregos que serão fechados”.
O
coordenador geral do Sindipetro-NF lembra que os valores investidos começaram a
cair em 2016, tendo como principais causas a Operação Lava-Jato e o impeachment
da presidenta Dilma Rousseff. “A partir daí, ficou clara a intenção dos
governos em destruir a indústria nacional, privatizando ativos e refinarias da
Petrobras e adotando a política de paridade de preços de importação. O
resultado está aí: o preço do combustível e do gás de cozinha dispararam, e com
eles a inflação, que afeta principalmente os mais pobres. Não há nada a
comemorar”, observa.
FONTE:TRIBUNANF
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