O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à Catedral Metropolitana de Brasília pouco antes das 14h30 deste domingo (1º). A Catedral foi o “ponto de partida” para a solenidade da posse. Às 14h30, o Rolls-Royce presidencial começou pontualmente o trajeto pela Esplanada dos Ministérios. Estavam no carro, em pé e acenando para os apoiadores, a primeira-dama Janja da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa Lu Alckmin. O trajeto terminou no Congresso Nacional, onde Lula e o vice Geraldo Alckmin foram oficialmente empossados.
O desfile em carro aberto era uma dúvida até a tarde deste domingo – integrantes da segurança presidencial chegaram a sugerir o uso de um carro blindado para mitigar riscos.
Solenidade
A posse presidencial seguiu o protocolo tradicional, que começou com o desfile do novo presidente em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios. Lula chegou ao Congresso Nacional, para a posse oficial no plenário da Câmara, em torno das 14h30.
Em seguida, o presidente eleito foi para o Palácio do Planalto, onde recebe a faixa presidencial, faz o discurso no Parlatório e cumprimenta os chefes de Estado e de Governo presentes na cerimônia.
Shows musicais foram programados para a Esplanada. Às 19h30, está prevista recepção às delegações estrangeiras no Palácio do Itamaraty.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse como 39º presidente do Brasil. A sessão solene durou cerca de 50 minutos, e foi presidida pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Participaram da mesa principal do plenário, além de Pacheco, Lula e Alckmin, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o primeiro-secretário do Congresso, Luciano Bivar (União-PE), a presidente do STF, Rosa Weber, e o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Esta é a terceira vez que Lula assume a Presidência da República. Ele volta ao Palácio do Planalto 12 anos após ter deixado o poder. O petista, que governou o país de 2003 a 2010, foi eleito para um novo mandato no último mês de outubro. Ele derrotou Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. Em seu discurso, após empossado como presidente, Lula destacou que seu governo traz esperança para as famílias brasileiras em diferentes necessidades, como saúde, educação, segurança e habitação, entre outras. “Queremos reconstruir o país para todos”, afirmou.
Lula agradeceu à Câmara dos Deputados que aprovou o orçamento para 2023, que ajudará no combate à fome e na manutenção do programa Bolsa Família. Ele voltou a defender a democracia brasileira em seu discurso. “Queremos democracia para sempre”. Disse que se unirá a todos os segmentos sociais brasileiros como empresas, sindicatos, indústrias, ambientalistas e universidades para promover o desenvolvimento do país.
Os povos indígenas ganharam destaque em seu pronunciamento. “Vamos revogar todas as injustiças cometidas contra a essas pessoas”, disse Lula. Os órfãos da pandemia, garantiu, receberão atenção especial de seu governo. Lula defendeu ainda liberdade de expressão e uma imprensa livre como pilar da democracia. “Quero honrar a confiança das pessoas que me trouxeram até aqui. Viva a democracia, viva o povo brasileiro”, concluiu.
O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, também discursou na sessão solene. Ele destacou que “é preciso unificação e pacificação, diálogo e respeito à democracia”.
Após a posse, no Palácio do Planalto, o presidente eleito recebeu a faixa presidencial e fez novo pronunciamento no parlatório, dirigido ao público que se concentra na Praça dos Três Poderes. Um grupo de pessoas composto pelo cacique Raoni, um menino negro, um deficiente físico, dois jovens, uma mulher negra e uma outra mulher representaram a sociedade civil brasileira. Eles transmitiram a faixa presidencial para Lula.
Ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin e esposa, e da primeira-dama Janja, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dirigiu às pessoas e aos apoiadores que o aguardavam na praça em frente ao Palácio do Planalto.
“Quero saudar a cada um e a cada uma de vocês que me apoiaram em um dos momentos mais difíceis da minha vida. Sou grato a vocês que enfrentaram a violência política antes e depois das eleições. As cores verde e amarela pertencem a todo o povo brasileiro. Esta é a festa da democracia. Vou governar para todas e todos, e não só para aqueles que votaram em mim. A ninguém interessa um país em pé de guerra. Chega de ódios, fake news, armas e bombas. É preciso cuidar da família e ser feliz. A disputa eleitoral acabou. Somos um único país, um único povo, uma só nação. Somos brasileiros e não desistimos nunca. Hoje, a alegria toma posse no Brasil de braços dados com a esperança. Não há mais lugar para o racismo no Brasil. Por isso, recriamos o Ministério da Igualdade Racial. Estamos criando o Ministério dos Povos Indígenas para combater 500 anos de desigualdade. As mulheres precisam conquistar cada vez mais espaço em todas as áreas, onde elas quiserem ser e estar. Queremos um país transformado, forte e justo. Reassumo meu compromisso com os brasileiros, sobretudo os mais necessitados. É preciso combater a fome e fortalecer o SUS e seus profissionais que merecem todos os elogios durante a pandemia. Não vamos descuidar dos agronegócios nem do meio-ambiente. Que tenhamos uma frente ampla no combate às desigualdades, O amor venceu o ódio. Viva o Brasil e o povo brasileiro”, disse Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário