Uma investigação mais ampla é o que defende a direção da Santa Casa de Misericórdia, a respeito dos nove pacientes de hemodiálise que estão internados na unidade e que tiveram diagnóstico positivo para Hepatite C. Após visita, nesta quinta-feira (27), da Vigilância Sanitária de Campos e representação do Estado, à unidade, o Diretor Geral da Santa Casa, Cleber Glória, informou que ‘todos os [nove] pacientes vêm obrigatoriamente do Hospital Ferreira Machado (HFM) e Hospital Geral de Guarus (HGG)’. As investigações a respeito do contágio ainda estão em andamento e, na manhã desta sexta-feira (28), a unidade também vai receber outras equipes voltadas à saúde do Estado e Município . O setor em que está estes nove pacientes internados não vai receber, por ora, nenhum outro paciente.
Segundo Cléber, ao chegar do HFM e HGG, os pacientes fizeram o respectivo exame para detectar a Hepatite C e o resultado foi negativo, contudo, ele explica que há um ‘problema’ epidemiológico neste caso, que é tempo de incubação. “O tempo em que ele [o vírus da Hepatite C] fica circulando no organismo sem aparecer para exames é de até sete semanas, ou seja, você pode ficar dois meses com vírus circulando, replicando, com os exames dando negativo e sem ter sintoma”, explica, reforçando que, assim que os pacientes foram positivados na instituição, logo houve o comunicado, às instâncias de saúde municipal e estadual.
“Os pacientes que foram positivados aqui não foram gerados na nossa instituição, eles vieram de outras instituições e estavam dialisando há muito tempo nas instituições [HFM e HGG] e quem fechou o diagnóstico fomos nós. Tanto que tem uma paciente que a gente fechou um diagnóstico. Ela internou conosco em novembro e o último exame de Hepatite dela, no HGG, foi de agosto. Ela internou conosco, fizemos o teste e deu negativo. Como ela começou a apresentar alguns sintomas, repetimos o exame de Hepatite C, mesmo tendo sido feito em novembro, e veio o positivo. Como veio positivo e veio do HGG, a gente optou por testar todos os pacientes e todos estavam positivos”, explicou.
Sobre os processos a respeito das diálises na Santa Casa de Misericórdia, Cleber informou que o material utilizado é de uso único. “A Santa Casa dialisa e joga fora depois da diálise. Então não há contato de sangue entre esses pacientes. O material que tem contato com o sangue, é desprezado e de uso único. Então a investigação tem que ser um pouco mais ampla. A gente já conversou com a secretaria Estadual, conversou com Doutor Paulo Hirano [atual secretário de Saúde de Campos]”, finaliza Cleber.
Em nota, a Prefeitura de Campos, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), reafirma que a Secretaria Estadual de Saúde (SES/RJ), através do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) e da Vigilância Epidemiológica, realizou uma vistoria no Hospital Santa Casa de Misericórdia nesta quinta-feira (27).
Ainda segunda a nota, a secretaria de Saúde de Campos “corrobora com as evidências levantadas pelas equipes da Subsecretaria Municipal de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (SUBPAV). Nesta sexta-feira (28) equipes da Vigilância Sanitária e da área especializada em Terapia Renal Substitutiva —TRS do Estado realizam nova vistoria na Unidade Hospitalar para a conclusão das análises dos fatos e razões que evidenciaram o surto de transmissão horizontal de Hepatite C em pacientes em hemodiálise”, conclui.
Terceira Via
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