Em uma sessão marcada por discursos polêmicos e revoltas, a Câmara Municipal de Campos votou nesta terça-feira (02) o Projeto de Lei proposto pelos vereadores Fred Machado e Marquinhos Bacellar, que dispõe sobre o "Programa de Apoio e Acolhimento de Pessoas LGBTQIA+ em situação de violência e/ou vulnerabilidade social e dá outras providências".
Ao defender seu voto contrário ao projeto, o vereador Marcos Elias (PSC) deu uma declaração considerada preconceituosa e afirmou que não só homossexuais devem receber acolhimento, mas também os pais dessas pessoas. "Se eu perguntar aqui, qual é o pai ou a mãe que gostaria de ter um filho com outra "opção" sexual? Respeito! Precisa também desse acompanhamento pra esses pais, para que não chegue ao ponto dessas pessoas sofrerem dentro de casa, violência doméstica, então precisa ter esse cuidado"
A justificativa contrária de Marcos Elias causou um certo desconforto entre os demais vereadores. Um deles foi Maicon Cruz (SEM PARTIDO), que ao subir na tribuna, afirmou que vê vereadores com discursos "preconceituosos" mas tentam se justificar dizendo que não são com medo da retaliação política " Porque quando vai pedir voto na casa, não quer saber se é gay, se é lésbica, se não é, quer voto de todo mundo (...)"
O presidente da Câmara, Marquinho Bacellar, também rebateu a fala do vereador Marcos Elias " Já imaginou essa frase na família? Vocês acham que não tem essa frase na família de muita gente aí? Por isso é importante conscientizar, por isso é importante conhecimento. Por isso é importante uma cidade rica dessa, que tem estrutura, dar condição para a população ter conhecimento (...) A cada dia, aos pouquinhos, vamos evoluir nesse tema que é muito importante(...) Quem sente na pele deve doer muito". Disse.
Ao subir na tribuna, o vereador Bruno Vianna (PSD), também rebateu a frase dita pelo vereador Marcos Elias e disse ter se envergonhado da situação: "Não vamos esconder o nosso preconceito atrás do conservadorismo não! Sobe ali ( na tribuna) fala o que pensa. Com toda humildade do mundo, vamos evoluir, porque estamos numa cidade importante pra caramba no cenário nacional e pra mim seria uma vergonha se eu não fosse vereador e chegasse em casa agora e lesse uma matéria dizendo que câmara de vereadores de Campos se envolveu numa polêmica de que o pai ou uma mãe teria vergonha do filho ser gay.pelo amor de Deus..." Finalizou.
Ururau
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