Em dois meses de funcionamento, o Projeto Acolhe, que promove acesso gratuito a contraceptivos implantados de longa duração para prevenir a gravidez não planejada, teve mais de 2.240 atendimentos, entre implantes, Dispositivo Intrauterino (DIU), exames e palestras educativas. O projeto da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) funciona dentro do Ambulatório Médico de Especialidades do Pavão-Pavãozinho e Cantalago, na Zona Sul do Rio.
“O Acolhe é um grande sucesso! Temos observado procura espontânea e isso é muito significativo. Estamos estudando a ampliação do programa para que mais jovens possam ser alcançadas”, destaca a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
Inaugurado no início de agosto, o programa tem alcançado números satisfatórios. Até a última semana, foram colocados 263 DIUs e 1.371 implantes subdérmicos. No período, 563 mulheres assistiram às palestras com especialistas sobre prevenção de infecção sexualmente transmissível e métodos disponíveis.
A alta procura também fez com o Acolhe tivesse a idade para receber atendimento ampliado e limitado a até 25 anos incompletos.
“A gente fez questão de que, primeiro, o acesso ao Acolhe fosse de uma forma simples e pautada na excelência técnica. Pela alta procura, e muito com esse diferencial do atendimento respeitoso, a gente teve que limitar a idade para o acesso ao implante. Mas eu acho que é uma questão de tempo e espero que consigamos multiplicar o projeto para todo o estado porque a repercussão é positiva”, afirma a ginecologista e coordenadora do Acolhe, Ana Teresa Derraik.
Para a médica, o projeto tem boa receptividade devido às ações entre o educativo conjugado à atuação médica, passando pelo acolhimento inicial.
"É uma forma de respeito. Não podemos inserir no corpo de uma pessoa algo que ela não saiba o que é; então é explicado sobre efeito colateral, complicação, as vantagens, desvantagens. É comum começarmos a roda de conversa querendo botar o implante e sairmos de lá querendo o DIU. Isso ocorre porque a pessoa ouviu as vantagens, desvantagens, pesou e concluiu o que é melhor para ela”, diz Ana Teresa.
O Acolhe
O Acolhe fica no 1º andar do Ambulatório Médico de Especialidades Jornalista Susana Naspolini (AME), em um dos acessos ao Pavão-Pavãozinho e Cantagalo pela Rua Barão da Torre, em Ipanema, Zona Sul do Rio. Atualmente, o funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. As vagas são oferecidas pela central de regulação do estado. Para ter acesso, basta procurar a unidade de saúde básica mais próxima de casa. São realizadas diariamente palestras sobre métodos contraceptivos, prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, exposição a situações de violência, com posterior encaminhamento ao ginecologista. O Acolhe oferta métodos contraceptivos, inclusive o subdérmico e também DIU.
Na rede SUS a oferta do contraceptivo subdérmico existe desde 2021, mas somente para mulheres em situação de vulnerabilidade, com idades entre 18 e 49 anos. No projeto da SES-RJ são acolhidas adolescentes a partir dos 14 anos - e que percebam a iminência da vida sexual -, havendo necessidade de autorização pelos responsáveis das menores até os 16 anos, até mulheres com 25 anos incompletos.
O AME
O AME faz parte do Cidade Integrada, programa lançado pelo Governo do Estado do Rio, em 22 de janeiro de 2022, com a missão de levar ações sociais, desenvolvimento econômico, infraestrutura e segurança para comunidades do Rio de Janeiro. É destinado a tratamentos ambulatoriais de média complexidade, e complementa o atendimento oferecido pela unidade básica de saúde. Os serviços disponibilizados via sistema de regulação contemplam ofertas para as especialidades de ginecologia e ultrassonografia, exames laboratoriais, cardiologia/risco cirúrgico, neurologia, psicologia, fisioterapia, odontologia especializada e nutrição.
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