‘É chantagem. Sequestraram a liberdade dos capixabas e não vamos pagar resgate’, afirma governador do ES - Jornal Tempo News

Breaking

Home Top Ad

08/02/2017

‘É chantagem. Sequestraram a liberdade dos capixabas e não vamos pagar resgate’, afirma governador do ES

Hartung fez duras críticas ao movimento da PM local



O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, classificou nesta quarta-feira de “chantagem” e “método da vergonha” a paralisação da PM no estado. Ele disse que o governo não vai “pagar o resgate” pelo que chamou de sequestro da liberdade da população e fez um apelo para que os policiais voltem às ruas. Foi a primeira vez que ele se pronunciou sobre a crise de segurança que traz caos ao estado desde sábado. Hartung retirou um tumor da bexiga na última sexta e está licenciado do cargo até semana que vem.

– É um caminho errado (o movimento). Rasga a Constituição do país. O que está acontecendo no Espírito Santo é chantagem. Aberta. Se aceitarmos, é hoje aqui no Espírito Santo e amanhã em outros estados – afirmou.
– É sequestrar a liberdade do cidadão capixaba e cobrar resgate. Não pode pagar resgate. Não se paga resgate nem pelo aspecto ético, nem descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Não foi só Hartung que criticou o movimento. Nesta quarta-feira, o governador em exercício César Colnago afirmou que a população está em ‘cárcere privado’ e pediu mais tropas ao governo federal.
Depois de dar uma entrevista sobre sua situação médica e acompanhar as declarações do governador em exercício, César Colnago, Hartung fez um apelo, até em tom emocionado, aos policiais.
– Eu me dirijo aos policiais da PM, homens e mulheres sérios, de bem. Quero olhar no olho desses policiais e pedir que respeitem a sua constituição. Respeite nosso estado. Quem paga essa conta é o cidadão capixaba. O patrão é o cidadão, é quem paga. Nós somos um governo passageiro.
E prosseguiu com o apelo:
– Pela historia que tenho no ES, quero falar ao coração de vocês. É um movimento ilegal, inconstitucional. método da vergonha, da chantagem, sequestrar o direito do nosso povo e cobrar resgate.
Paulo Hartung afirmou ainda que a reposição das perdas salariais face à inflação pelos policiais representaria um custo imediado de R$ 500 milhões, o que o governo não tem condições de fazer no momento.
O governado em exercício, César Colnago, já havia afirmado que o governo não dará aumento aos PMs. O último reajuste, segundo ele, foi dado em abril de 2014. Com informações do O Globo.
Ônibus não circulam na Grande Vitória nesta quarta-feira
No quarto dia de greve, a sensação de insegurança ainda domina a população: ônibus circularam parcialmente, empresas liberaram funcionários, poucos se arriscaram a sair de casa, e apenas parte do comércio abriu.
A Federação do Comércio avalia o prejuízo em pelo menos R$ 110 milhões (R$ 20 milhões de saques e R$ 90 milhões em vendas perdidas). Ao todo 270 lojas foram roubadas.
Moradores continuaram a compartilhar nas redes sociais imagens de assaltos à luz do dia. À noite, os terminais de ônibus fecharam. Só na segunda-feira, 6, 200 carros foram roubados no Estado, ante a média diária de 20.
E a situação pode piorar: a Polícia Civil decide na quinta-feira se adere à greve. E o Sindicato dos Rodoviários anunciou que os ônibus não circularão hoje.
Segundo Edson Barros, presidente do sindicato, um motorista foi obrigado, na mira de revólver, a usar o ônibus para invadir uma loja.
O reforço da Força Nacional e dos militares do Exército e da Marinha só foi sentido no fim do dia. Pela manhã, com as tropas ainda em deslocamento, a reportagem do Estado circulou pelo Centro e não viu policiamento.
Nesta terça-feira, apenas 500 policiais militares foram às ruas em todo o Estado. Em circunstâncias normais, o efetivo seria pelo menos quatro vezes maior apenas na Grande Vitória.
A reportagem circulou por quatro bairros de Vitória (Praia de Camburi, Praia do Canto, Jardim da Penha e Maruípe) durante a noite e constatou que praticamente não havia movimento de pessoas nem veículos.
Nenhum agente nem viatura foi visto pelo Estado, mas caminhões do Exército ainda circulavam nas imediações do Quartel Central da PM.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, “a situação está se normalizando” e deve regularizar-se hoje.
O novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, determinou que todos os agentes se apresentem diretamente no local onde farão o policiamento. A alternativa, contudo, não resolve totalmente o problema, já que os PMs terão de fazer o patrulhamento a pé.
O Ministério Público Estadual constituiu nesta terça-feira um comitê de gestão de crise para garantir o cumprimento voluntário da decisão judicial sobre a greve. A Justiça capixaba já considerou a paralisação ilegal.
Protestos
Ainda nesta terça-feira, um grupo de pessoas reclamou da paralisação na frente do Quartel Central. A maioria se disse sensível à causa dos PMs, mas todos relataram que o caos na segurança pública, que se instalou desde sábado, afetou o trabalho e, consequentemente, as finanças da casa.
“Desde sábado não vejo uma única moeda”, contou o serralheiro autônomo Ronaldo Baldan Ferreira, de 46 anos. “Faz três dias que não trabalho. Tenho medo de sair para a rua e não voltar. Como vou ter certeza de que não vai aparecer um bandido?”
Ele proibiu a família de ir para a rua. “Eles (PMs) estão no direito de protestar. Só não pode acontecer isso que está acontecendo aqui.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Ônibus não circulam na Grande Vitória nesta quarta-feira
O sistema de transporte coletivo que atende os bairros da Grande Vitória não funciona, na manhã desta quarta-feira (08). O Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários), por meio do presidente Edson Bastos, suspendeu a frota dos coletivos por causa da falta de segurança. “Não autorizo a minha categoria rodoviária a sair de casa para ir trabalhar amanhã.  Portanto aviso à população da Grande Vitória que não terá ônibus nenhum no dia 8/2/2017”, disse Bastos.
Mesmo com o anúncio de paralisação feito na noite de terça-feira (07), nos pontos de ônibus era possível ver uma concentração de passageiros aguardando o transporte.
Os motivos da paralisação foram as intercorrências que aconteceram com a categoria nesta terça-feira (7). “Tivemos vários fatos desfavoráveis à nossa categoria , como assaltos, armas na cabeça de motorista obrigando o mesmo a invadir uma loja para os meliantes poderem assaltar, tivemos também um motorista indo pro trabalho que foi fechado por bandidos e tendo sua moto roubada sofrendo várias escoriações pelo corpo”, relatou o presidente do sindicato.
Fonte: Folha Vitória

Nenhum comentário:

Postar um comentário