A maior parte das vítimas não denuncia
Pesquisa nacional realizada com mais de 3 mil profissionais, homens e mulheres, revela novos dados sobre o assédio sexual no trabalho
Uma nova pesquisa sobre assédio sexual no trabalho, realizada
pela Talenses, confirma uma realidade que precisa mudar. Mulheres vítimas de
assédio sexual no trabalho não denunciam o crime por medo de serem demitidas.
O levantamento foi realizado com 3.215 profissionais de
diferentes segmentos de mercado, homens e mulheres do Brasil todo, sendo 77% deles de São Paulo.
Entre as mulheres da pesquisa, 34% afirmaram que alguém já se
valeu de uma posição de hierarquia para obter vantagem ou favorecimento sexual
delas no trabalho — entre os homens o
índice cai para 12%. Das mulheres que relataram ter passado pelo assédio
sexual, 79% foram vítimas de assédio sexual verbal, 19% de assédio sexual
físico e 2% não especificaram.
Veja o que não é mais permitido no ambiente de trabalho
Em 98% dos casos de assédio sexual, o agressor é um superior
hierárquico: 51% foram cometidos por um superior hierárquico que não é o gestor
direto, 41% deles são gestores diretos e apenas 2% são pessoas com cargo mais
abaixo.
Extamente por causa dessa relação de superioridade, 65% os
casos não foram reportados. Os motivos para não denunciar são: medo de ser
demitido (30%), receio de nada acontecer com o agressor (28%) e sentimento de
culpa por achar que provocou o assédio (5%).
Saiba identificar o assédio sexual no trabalho e aprenda a
reagir
Apenas 35% dos participantes da pesquisa afirmaram que
reportaram o ocorrido. Os meios utilizados foram o gestor direto (34%), um
canal de denúncias específico para este fim (29%), o RH (28%), o Departamento
Jurídico (4%) e outros (5%).
Assédio sexual e moral: saiba o que é crime no ambiente de
trabalho
Nem tudo, porém, é impunidade. Segundo os participantes que
afirmaram ter denunciado o ocorrido, 27% disseram que o caso foi houve investigação e o agressor foi
penalizado.
Em outros 27% dos casos, a empresa pediu sigilo sobre o
episódio e nada aconteceu com o agressor.
Nada foi feito também em 26% das denúncias. A solicitação de sigilo da
empresa com penalização do agressor ocorreu em 20% dos casos.
FONTE: R7
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