Estudo do Ipea mostra perfil de 3,3 milhões de brasileiros
sem emprego há mais de dois anos O post Número de desempregados de longo prazo
cresce 42,4% em quatro anos apareceu primeiro em Jornal Opção.
Estudo do Ipea mostra perfil de 3,3 milhões de brasileiros
sem emprego há mais de dois anos
A parcela de desempregados que está nesta situação há mais de
dois anos avançou de 17,4% no 1º trimestre de 2015 para 24,8% no mesmo período
de 2019, atingindo 3,3 milhões de pessoas. O crescimento é de 42,4% em quatro
anos, aponta análise de Mercado de Trabalho divulgada pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O estudo utiliza dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE.
Segundo dados do primeiro trimestre deste ano, o desemprego
de longo prazo atinge mais fortemente as mulheres. Entre as desocupadas, 28,8%
estão nesta condição há pelo menos dois anos, contra 20,3% dos homens
desempregados na mesma situação – embora o crescimento tenha sido maior entre o
público masculino.
Na análise por faixa etária, 27,3% dos desocupados com mais
de 40 anos insistem sem sucesso na busca por trabalho há pelo menos dois anos,
mas o crescimento do desemprego de longo prazo é maior entre os jovens. As
regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas.
Os dados da Pnad mostram que, no 1º trimestre de 2019, 22,7%
dos domicílios brasileiros não possuíam nenhum tipo de renda proveniente do
trabalho, e que os domicílios de renda mais baixa foram os que apresentaram
menores ganhos salarias. A análise mostra, ainda, que a renda dos domicílios
mais ricos é 30 vezes maior que a dos domicílios mais pobres.
A seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Ipea
também analisa os contratos de trabalho intermitente (temporário e esporádico)
e de jornada parcial (até 30 horas semanais), que totalizam 15,5% do total de
empregos com carteira assinada gerados a partir da entrada em vigor da reforma
trabalhista.
Das 507.140 novas vagas de trabalho abertas de novembro de
2017 a abril de 2019, 58.630 foram para trabalho intermitente e 19.765 para
parcial, geralmente nos setores de serviços e comércio. Enquanto a maioria das
vagas intermitentes foi destinada aos homens (63,6%), as mulheres formam a
maior parcela das ocupações parciais (60,7%).
A maioria dessas vagas está
concentrada nas empresas de pequeno porte, com até 19 funcionários.
O estudo conclui que o mercado de trabalho brasileiro,
portanto, segue bastante deteriorado, com altos contingentes de desocupados,
desalentados e subocupados. Para o restante do ano, porém, a expectativa é de
manutenção de uma recuperação gradual da ocupação e da renda média.
FONTE: JORNAL OPÇÃO
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