A interligação da Ferrovia Vitória a Minas até o Complexo
Portuário do Açu é um investimento promissor e que gera expectativa para o
desenvolvimento regional e também nacional. Segundo a Porto do Açu Operações, a
previsão é que o complexo conte com acesso ferroviário a partir de 2026. Na
última semana, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciou que
tem como prioridade levar a Ferrovia Vitória a Minas, operada pela Vale, ao
Porto do Açu, passando pelo polo petroquímico Comperj, ambos no Rio de Janeiro.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Porto do Açu
Operações e a Prefeitura do São João da Barra comentaram sobre a questão que já
é discutida há tempos.
Para o presidente regional da Firjan, Fernando Aguiar, a
ferrovia trará inúmeros benefícios para a região. “Além da própria construção
em si, que trará muitas frentes de emprego, tem a questão da ligação umbilical
com o Porto do Açu que trará benefícios na escoação da produção das empresas
que já estão instaladas no complexo portuário. Além disso, a ferrovia irá
ajudar a conectar o agronegócio ao Porto. É uma obra extensa que, segundo já foi
conversado com a Firjan, deve levar de 5 a 6 anos para ser concluída, mas que é
preciso começar logo. O Brasil tem uma deficiência de ferrovias e essa é uma
das pautas que a Firjan tem se engajado para que saia do papel”, disse.
Em nota, a Porto do Açu e a Prumo informou que, quanto
pronta, a “Rio-Vitória” vai diminuir gargalos logísticos significativos,
reduzindo o chamado custo Brasil: “A Porto do Açu e a Prumo vem trabalhando
junto com o Estado do Rio de Janeiro e autoridades do governo federal para que
a Ferrovia Rio-Vitória (EF-118) siga como prioridade na lista de projetos do
governo federal. Em julho do ano passado, ela foi incluída no Programa de
Parcerias de Investimentos (PPI). Pelo modelo previsto atualmente, o valor a
ser pago pela outorga referente a renovação das concessões poderá ser
direcionado aos trechos incluídos nos projetos prioritários da Secretaria
Especial do PPI, um modelo até então inédito no Brasil. É uma chance de tirar
do papel o traçado que vai criar um anel ferroviário, interligando os estados
do Sudeste ao Centro-Oeste e a importantes portos do país. A previsão é que o
Complexo do Porto do Açu conte com acesso ferroviário a partir de 2026”.
A prefeita de São João da Barra, Carla Machado, afirmou que a
ferrovia irá aproximar as principais capitais da região. “A chegada dessa
Ferrovia a São João da Barra é de grande relevância em termos de logística para
as empresas instaladas no complexo portuário do Açu e aproxima, cada vez mais,
a nossa cidade das principais capitais”, disse.
Segundo o ministro Tarcísio de Freitas, o projeto de
engenharia e a precificação da malha da EFVM de Cariacica (ES) até o Rio de
Janeiro serão feitos pela mineradora Vale, que conseguiu junto à Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) prorrogação do contrato de concessão
por mais 30 anos, antecipando investimentos que seriam feitos apenas a partir
de 2027.
— É preciso levar uma ferrovia para porta do Açu. Isso ainda
está em avaliação. Levar ferrovia ao Açu será feito com recursos provenientes
da prorrogação ou com recursos públicos. Fazer chegar no Açu é uma prioridade —
disse Freitas a jornalistas em evento empresarial no Rio, segundo a agência
Reuters.
Investimento pode chegar a R$ 5,5 bi
Em novembro de 2017, o então governador do Rio, Luiz Fernando
Pezão, atualmente preso pela Lava Jato, e o então governador do Espírito Santo,
Paulo Hartung, chegaram a assinar uma carta endereçada ao ex-presidente Michel
Temer, reforçando os principais pontos do projeto e a importância da ligação
ferroviária para os estados. A assinatura foi feita durante a visita de ambos
os governantes ao Porto do Açu. A ferrovia Rio-Vitória faz parte do Programa de
Infraestrutura e Logística (PIL), lançado pelo Governo Federal em 2012. O
programa foi revisto pela então presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015 e a
ligação ferroviária foi mantida.
Em fase adiantada de estudos e projetos, nova ferrovia
Rio-Vitória prevê a concessão, por parte da União, de ferrovias, rodovias,
portos e aeroportos em todo o país. A EF-118 terá 577,8 km de extensão, sendo
169,2 Km no Espírito Santo e 404,6 Km no Rio de Janeiro, e interligará os
complexos portuários dos dois estados. O projeto prevê a implantação de seis
túneis, 171 viadutos rodoviários, 130 pontes ferroviárias, 117 passagens
inferiores e 60 passagens de pedestres.
A previsão é que sejam investidos R$ 5,5 bilhões no
desenvolvimento da ferrovia entre as duas capitais (o montante será aplicado de
acordo com fases que serão definidas).
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