P.A., como era conhecido, estava internado em estado grave na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Camilo desde 14 de maio. O
músico morreu às 8h40 por insuficiência respiratória e broncopneumonia.
P.A. deu entrada na unidade com infecção pulmonar,
apresentando dificuldade respiratória e estava recebendo ventilação por
traqueostomia. Ele havia sido diagnosticado com fibrose pulmonar.
Paulo P. A. Pagni completou 61 anos no dia 1ª de junho. O
músico entrou para o RPM em 1985.
O velório será em uma funerária de Araçariguama (SP), cidade
onde o músico morava, mas ainda não há previsão para começar. O enterro de
Pagni está previsto para meio-dia deste domingo (23), no cemitério municipal. O
velório fica na rua Aparecida, 164, Vila Nova, em Araçariguama.
A banda RPM postou uma nota em seu perfil no Facebook
lamentando a morte do músico. "Nosso querido amigo P.A resolveu
definitivamente descansar de sua brava luta pela vida. Partiu hoje em
decorrência do agravamento das suas condições respiratórias devido a forte
pneumonia que o atingiu. Fomos pegos de surpresa e tomados pela tristeza quando
soubemos de sua partida à pouco", publicou a banda.
Ainda conforme a publicação, a banda está em Santa Catarina
onde fará um show neste sábado.
"Estamos em Garopaba/SC, temos a responsabilidade de
tocarmos e darmos nosso melhor perante uma plateia estimada em 20.000 pessoas,
em respeito à eles, à Prefeitura local que nos contratou e em coerência ao
nosso profissionalismo, onde poderemos prestar uma homenagem ao nosso
companheiro eterno de estrada que estará com certeza sempre ao nosso lado.
Conseguimos antecipar nosso retorno para SP, e isso nos deixará em condições de
estarmos presentes à ele pela última vez neste domingo pela manhã."
Trajetória
A morte do músico paulistano Paulo Antônio Figueiredo Pagni
(1º de junho de 1958 – 22 de junho de 2019), o baterista conhecido como P.A. e
eternizado na formação clássica do grupo RPM, faz lembrar como o sucesso no
universo pop às vezes acontece pelo que pode ser chamado de acaso ou destino.
P.A. nem aparece na capa do primeiro álbum do RPM, Revoluções
por minuto, lançado em 1985. É que P.A. gravou o disco como músico convidado do
grupo para suprir a lacuna aberta com a saída de Charles Gavin – este, sim, o
músico recrutado para ser baterista do RPM.
Só que Gavin preferiu assumir as baquetas do grupo Titãs e
saiu do RPM. Paulo P..A. Pagni foi arregimentado em janeiro de 1985, gravou o
álbum de estreia do RPM, foi oficializado na sequência como baterista do grupo
e entrou para a história do pop nacional.
P.A. viveu toda a fase de egolatria do RPM, alçado a condição
de fenômeno pop do Brasil em 1986, com o vocalista Paulo Ricardo celebrizado
como o símbolo sexual do país. O grupo RPM fazia um tecnopop que surfava na
onda do som sintetizado da década de 1980. A marcação da bateria de P.A. nem
sempre ficava evidenciada nos discos, mas o músico era respeitado como
baterista.
Paulo P.A. Pagni, baterista do RPM, morreu neste sábado após
mais de um mês internado — Foto: Divulgação Paulo P.A. Pagni, baterista do RPM,
morreu neste sábado após mais de um mês internado — Foto: Divulgação
A reboque do RPM, P.A. foi do céu reservado aos grande
vendedores de discos ao inferno das brigas provocadas cotidianamente quando o
sucesso infla os egos.
P.A. não integrou todas as formações do RPM. Saiu da banda em
1987, voltou em 1988, permaneceu até a ruptura de 1989 e, nos anos 1990, foi
substituído por Marquinhos Costa na tentativa frustrada de ressuscitar a banda
com Paulo Ricardo em 1993. Mas, além de ter estado ao lado de Paulo Ricardo no
grupo PR-5, esteve reintegrado ao grupo nas voltas de 2001, 2007 e no
bem-sucedido retorno de 2011.
Deste ano em diante, o grupo sempre esteve em cena com P.A.
na bateria. Paulo Ricardo saiu e brigou na Justiça pelos direitos do nome RPM.
Na briga, P.A. ficou ao lado do guitarrista Fernando Deluqui, do tecladista
Luiz Schiavon e do novo vocalista Dioy Pallone.
Com a morte de P.A., o RPM nunca mais poderá reeditar a
formação clássica dos anos 1980, década em que Paulo Pagni também embarcou na
egolatria provocada pela exposição desmedida do grupo.
Passada essa fase de turbulência, P.A. também acalmou, sendo
reconhecido no meio musical como um cara educado e querido por todos.
FONTE: G1
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