O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) admitiu ter
recebido propina em obras realizadas pelo Departamento de Estradas e Rodagens
(DER). Ele foi interrogado nesta quinta-feira (15) na Lava Jato do Rio, em
relação à Operação C’Est Fini.
A propina foi paga entre 2008 e 2014, segundo o Ministério
Público Federal (MPF), e chegou a R$ 17 milhões.
“Confirmo. Confirmo o recebimento de valores indevidos tanto
para campanhas eleitorais quanto para benefício pessoal. Não quero discutir se
foi o valor exato (da denúncia) R$ 18 (milhões), R$ 17 (milhões) , R$ 16
(milhões), não tenho essa precisão”, afirmou.
Cabral afirmou que pediu ao presidente do DER, Henrique
Ribeiro, para direcionar a licitação de uma obra feita a pedido do
ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Jorge Picciani (MDB)
e do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Aloysio Neves.
A obra foi realizada, segundo Cabral, pela União Norte, cujo
dono, Hugo de Aguino, é sócio de Picciani em outros negócios. A empresa é de
São João da Barra.
“De fato, foi um pedido feito pelo Jorge Picciani. Ele havia
perdido a eleição ao Senado e era presidente do PMDB (hoje MDB), me visitou
como presidente (e pediu)”.
A obra foi feita em 2014, segundo Cabral, já após a saída
dele. Mas o pedido havia sido feito em 2013, quando ele ainda era governador.
Um executivo da União Norte que assinou delação premiada diz
que o TCE-RJ também recebeu propina da empreiteira.
Embora tenha admitido que Henrique Ribeiro, ex-presidente do
DER, arrecadava valores para campanhas eleitorais e “para fora das campanhas”
com as empreiteiras, Cabral diz que Henrique tinha uma “vida espartana” e que
considera a prisão dele injusta.
As obras do DER, diz o ex-governador, eram “todas necessárias
e não foram plantadas por ninguém”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário