Com paralisação de profissionais da saúde em Campos dos
Goytacazes, não há como evitar prejuízos aos pacientes do SUS
Existem categorias que devem se distanciar de movimentos
grevistas. São profissionais das chamadas atividades essenciais. Nelas se
incluem médicos e polícia.
A primeira dedica-se a salvar vidas e a segunda garante
proteção a vida. A interrupção nessas atividades representam riscos para o
conjunto da sociedade.
Por isso, é necessário que a greve de médicos na cidade de
Campos dos Goytacazes (RJ), deflagrada nesta quarta-feira (07), seja observada
com cautela, porque o que está em jogo é a vida, sobretudo, de pessoas pobres
que dependem de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda que o sindicato dos médicos fale em preservação do
atendimento emergencial durante o movimento,
as consequências para a população pobre, que utilizam o sistema público,
serão inevitáveis. Afinal, consultas médicas estão sendo postergadas. Pacientes
idosos e outros acometidos por doenças que existem acompanhamento contínuo,
estão vulneráveis.
Não se faz omeletes sem quebrar ovos. A parte mais fraca
nesse jogo são os pacientes. Serão os ovos quebrados na briga entre
profissionais da saúde e governo.
Outro ponto controverso, é que a greve ocorre justamente no
momento em que a Prefeitura instala pontos biométricos nas unidades de saúde.
Longe de atribuir este tópico como causa do movimento, porque pode ser mera
coincidência, mas ficam dúvidas no ar.
A biometria é uma medida, que apesar de antipática diante de
plantonistas, faz-se necessária para manter assiduidade e conter a farra de
substituições em plantões. É uma medida que já vigora em Macaé e que
inicialmente também gerou desconforto. Com o tempo, no entanto, as coisas se
ajustaram.
Há ranhuras no diálogo profissionais da saúde e prefeitura. O
secretário de Saúde do Município, Abdu Neme, não tem sido feliz nesta tarefa.
Por outro lado, o calendário eleitoral joga lenha nesta fogueira. Talvez, seja
a hora da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho entrarem em
campo para arbitrar esse conflito. É hora de serenar os ânimos.
FONTE: PORTAL VIU
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