Um estudo inédito divulgado nesta sexta-feira (29/11) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que em todo o
Brasil, o estado do Rio de Janeiro é o mais suscetível a deslizamentos de
terra. De acordo com o estudo, mais da metade da área do estado do Rio – 53,9%
do território fluminense – está no nível máximo de risco para deslizamentos.
Outros 19,9% estão classificados como alta suscetibilidade, a segunda faixa
mais elevada. O mapa “Suscetibilidade a deslizamentos do Brasil: primeira
aproximação”, realizado sobre grade estatística composta por recortes de 1×1
km², mostra que 5,7% do território nacional tem suscetibilidade muito alta a
deslizamentos e 10,4% alta suscetibilidade, e as regiões Sul e Sudeste
concentram a maior parte dessas áreas. Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa
Catarina são as unidades da federação mais suscetíveis a deslizamento.
Segundo o IBGE, alguns fatores explicam este fenômeno: devido
às características do meio físico, clima tropical e à alta pluviosidade,
determinadas regiões do Brasil apresentam um conjunto de motivos que favorecem
o desencadeamento de deslizamentos, é o caso do Sudeste. A região é motivo de
preocupação por apresentar áreas serranas e planálticas situadas em terrenos
geológicos de grande mobilidade. Além dos fatores naturais, a dinâmica de uso e
ocupação da terra, muitas vezes desordenada, potencializa a incidência de
deslizamentos e agrava seus impactos. “Por conta do relevo, de serem lugares
mais acidentados, áreas como a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira mostram os
níveis mais elevados de riscos. A vegetação (Mata Atlântica) tem um certo peso,
mas o que predomina nessa afirmação é a declividade”, explica Therence de
Sarti, geólogo do Instituto que colaborou com o estudo.
Episódios recentes como ocorrido no Rio de Janeiro (Ilha
Grande/Angra dos Reis em 2009, Niterói em 2010 e Região Serrana em 2011) exemplificam
de maneira trágica os danos gerados por deslizamentos nestas áreas. O estudo,
feito sobre grade estatística, leva em consideração seis aspectos: Geologia,
Geomorfologia, Pedologia, Declividade, Pluviosidade e Cobertura e uso da terra
e Vegetação. A cada um deles foram determinados critérios de importância. A
Declividade é o critério que mais contribuiu para a suscetibilidade a
deslizamentos. Na outra ponta, a Pluviosidade é o que menos interfere nos
riscos. Após a análise de cada um desses aspectos, o IBGE chegou a um mapa
final. “O Instituto analisou que faltava uma visão geral da situação dos
deslizamentos no país. A partir desse mapa, podemos determinar mais lugares
para detalhar o trabalho, e outros órgãos poderão se basear nele para estudos mais
aprofundados”, pondera Therence.
FONTE:SFN NOTICIAS
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