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IFGF: 80% dos municípios do Noroeste Fluminense apresentam
situação fiscal difícil ou crítica
Índice Firjan de Gestão Fiscal revela que apenas dois
municípios apresentaram situação fiscal boa em 2018. Itaperuna, maior município
da região, apresentou gestão fiscal crítica, principalmente devido aos baixos
investimentos e alto comprometimento do orçamento com folha de salários.
Os municípios do Noroeste Fluminense tiveram dificuldade para
gerir suas contas em 2018: 80% está em situação fiscal difícil ou crítica no
Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), elaborado pela Federação das Indústrias
do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O estudo avaliou as contas de 5.337
municípios em todo país com base em dados fiscais oficiais de 2018. Os números
mostram que apenas duas prefeituras da região Noroeste Fluminense apresentaram
boa gestão fiscal, mas nenhuma delas administrou seus recursos com excelência.
O índice varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo
de 1 melhor a situação fiscal do município. Com o objetivo de apresentar os
principais desafios para a gestão municipal, são abordados os indicadores de
Autonomia, Gastos com Pessoal, Liquidez e Investimentos. O novo indicador
Autonomia verifica a relação entre as receitas provenientes da atividade
econômica do município e os custos para manutenção da estrutura administrativa.
Em 2018, na média, o IFGF dos municípios da região foi de
0,4639 ponto, desempenho inferior ao estado (0,4969). A baixa capacidade de
gerar receitas locais para pagar despesas com a estrutura administrativa e o
baixo percentual de recursos investidos explicam esse resultado. Todos os
municípios no Noroeste estão em situação crítica no IFGF Investimentos.
São José de Ubá se destacou com a maior nota entre os
municípios em razão da associação da nota máxima no IFGF Gastos com Pessoal e
do IFGF Liquidez. Italva também se destacou pela boa situação fiscal, com nota
máxima no IFGF Liquidez e boa gestão no IFGF Autonomia e no IFGF Gastos com
Pessoal.
O município mais populoso da região, Itaperuna, apresentou
situação fiscal crítica já que destinou poucos recursos de seu orçamento para
investimentos públicos e possui alto comprometimento do orçamento com folha de
salários.
Porciúncula, Varre-Sai e Miracema são os outros municípios
com situação crítica na gestão fiscal, todos tiveram desempenho ruim no IFGF
Investimentos. Miracema obteve nota zero no IFGF Autonomia, enquanto, Varre-Sai
apresentou nota próxima de zero nesse indicador.
O presidente da Firjan Noroeste Fluminense, José Magno
Hoffmann, ressalta que é preciso rever a estrutura federativa brasileira.
“Precisamos repensar essa questão para que possamos melhorar os serviços
públicos prestados à população e também o ambiente de negócios não só da região
como de todo o país”.
O IFGF avaliou todos os municípios que declararam as contas
até a data limite prevista em lei e estavam com os dados consistentes. No
estado do Rio de Janeiro, das 92 cidades foram analisadas 79, onde vivem 15,7
milhões de pessoas.
Reformas para retomar crescimento sustentável
De acordo com o gerente de Estudos Econômicos da Firjan,
Jonathas Goulart, o cenário em todo o país é de crise fiscal municipal,
potencializada e incentivada por questões estruturais. “Temos hoje uma baixa
capacidade de geração de receitas para o financiamento da estrutura
administrativa, além de alta rigidez do orçamento por conta dos gastos com
pessoal. Com isso, há dificuldade para um planejamento eficiente e os
investimentos são penalizados”.
A Firjan destaca a necessidade de reformas em três frentes
para a retomada do crescimento sustentável: distribuição de recursos,
obrigações orçamentárias e organização administrativa. Sobre a distribuição de
receitas, a Federação das Indústrias do Rio ressalta a importância da reforma
tributária, incluindo o Imposto sobre Serviços (ISS), e a revisão das regras de
distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Em relação às obrigações orçamentárias, estão incluídas as reformas
administrativa e previdenciária. Já a frente relacionada à organização
administrativa trata da revisão das regras de criação e fusão de municípios e
de competências municipais.
Piora na gestão fiscal da cidade do Rio
O município do Rio de Janeiro está entre os mais mal
avaliados em ranking de gestão fiscal das capitais brasileiras, ocupando a
penúltima posição, a frente apenas de São Luís. Considerando os municípios
fluminenses, a capital está na 60ª posição. E, na análise nacional, fica no
2.979º lugar.
De acordo com a análise, na comparação com 2013, quando teve
início a série histórica do índice, houve uma piora na gestão fiscal do
município do Rio de Janeiro. Há cinco anos, a capital fluminense ocupava a
primeira posição no ranking estadual e o segundo lugar entre as capitais. Os
dados mostram que a rigidez orçamentária por conta dos gastos com pessoal
aumentou, o planejamento orçamentário que resultou em falta de liquidez para
arcar com obrigações financeiras piorou e houve deterioração dos investimentos
públicos. Com isso, apesar do elevado nível de autonomia, o IFGF da capital do
estado do Rio fechou 2018 com 0,4227 ponto, nível inferior à média do estado
(0,4969 ponto).
Nas melhores posições do ranking fluminense estão as cidades
de Niterói (0,8066 ponto), Maricá (0,7184 ponto), Rio das Ostras (0,7180
ponto), Paraty (0,7169 ponto) e Conceição de Macabu (0,7135 ponto). Esses
municípios se destacaram pelo baixo comprometimento do orçamento com despesas
obrigatórias e pela boa capacidade de planejamento financeiro, o que
proporcionou boa liquidez. Apesar dessa pontuação por conta da maioria dos
indicadores, o estudo aponta que houve baixo percentual de investimentos nas
cidades de Niterói, Paraty, Rio das Ostras e Conceição de Macabu e que o
município de Maricá ficou com nota zero no indicador de Autonomia.
Nas piores posições, com nível crítico de gestão fiscal,
estão Engenheiro Paulo de Frontin (0,1917 ponto), Mangaratiba (0,1681 ponto),
Cachoeiras de Macacu (0,1654 ponto), São Francisco de Itabapoana (0,0726 ponto)
e Guapimirim (0,0352 ponto).
A média geral dos municípios fluminenses no IFGF foi de
0,4969 ponto, desempenho levemente superior ao nacional (0,4555 ponto). De
qualquer forma, a maioria das cidades do estado (73,4%) apresentou situação
fiscal difícil ou crítica, principalmente devido ao indicador de Investimentos.
De acordo com os quatro indicadores, cada cidade é classificada nos conceitos
de Gestão de Excelência, com resultados superiores a 0,8 ponto; Boa Gestão,
entre 0,8 e 0,6 ponto; Gestão em Dificuldade, entre 0,6 e 0,4 ponto; ou Gestão
Crítica, inferiores a 0,4 ponto.
Fonte:Blog Nino Bellieny
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