(Foto: Folha da Manhã)
Uma série de reportagens veiculadas nos telejornais da Rede Globo durante a semana vem denunciando servidores efetivos e funcionários comissionados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que, embora recebem alguns dos maiores salários da Casa de Leis, quase não aparecem para trabalhar. Nesta quinta-feira (5), a emissora mostrou o caso de Betinho Dauaire, que goza de seu terceiro mês de férias em 2019 e recebe salários que chegam a mais R$ 36 mil.
Ex-prefeito de São João da Barra por dois mandatos e pai do
deputado estadual Bruno Dauaire (PSC), Alberto Dauaire Filho, mais conhecido
como Betinho, é servidor efetivo da Assembleia, lotado no setor de apoio às
Comissões Permanentes. Porém, de acordo com a reportagem exibida pela Rede
Globo, ele quase não esteve na Alerj em 2019.
As primeiras Comissões Permanentes só foram instaladas no fim
de fevereiro. Somado ao recesso parlamentar de julho são quase três meses sem
trabalho. Não bastasse, folhas de pagamento disponibilizadas no site da Casa de
Leis mostram pagamento de férias a Betinho em março, junho, julho, agosto e
setembro.
Segundo a reportagem, ele goza de seu terceiro período de
férias consecutivo: o primeiro, entre 30 de setembro a 29 de outubro; o
segundo, de 30 de outubro a 28 de novembro, e o último, de 29 de novembro a 28
de dezembro.
Mesmo assim, Betinho recebeu regimentalmente ao longo do ano.
Os salários variam de R$ 21.907,34 a R$ 36.311,34 líquidos.
Outros casos
Betinho é irmão de Ricardo Dauaire, o Cacá, que, segundo a
reportagem da Rede Globo, é outro funcionário que não aparece para trabalhar na
Alerj. Ricardo é proprietário de dois estacionamentos no Centro de Campos,
onde, segundo funcionários, pode ser encontrado com facilidade.
Além dos membros da família Dauaire, as reportagens da Rede
Globo mostraram outros seis servidores que recebem sem comparecer à Alerj:
Marli Regina de Souza Costa, Luiz Fernando Nader, Rubem Carlos Nader, Fernando
José Cozzolino, Theodorico Garcia Palmeira e Carlos Henrique Lancelotti Aranha.
Embora continuem recebendo vencimentos líquidos que vão de R$ 19 mil a R$ 30
mil, nenhum deles foi encontrado na Alerj pela reportagem.
A Casa tem 5 mil e 300 comissionados e 613 servidores
efetivos distribuídos entre o Palácio Tiradentes, o prédio anexo, um edifício
administrativo na Rua da Alfândega, no Rio de Janeiro, e as bases eleitorais de
cada deputado. Suas frequências são atestadas pelos parlamentares em cujos
gabinetes estão lotados, já que somente as presenças dos deputados no plenário
são registradas eletronicamente.
O Jornal Online Terceira Via encaminhou à assessoria de
comunicação da Alerj um pedido de nota comentando as denúncias veiculadas pela
Rede Globo. Em breve resposta, a Assembleia se limitou a informar que o
presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), “determinou abertura de
sindicância para apuração das denúncias”.
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