ITALVA CIDADE DO KIBE
Por Avelino
Ferreira é jornalista e professor
A prefeita de Italva/RJ, Margareth Soares, a Margareth do
Joelson (PP), e seu vice, Bruno Silva de Souza, o Bruninho (PV), tiveram seus
mandatos cassados definitivamente pelo Tribunal Superior Eleitoral, “por conta
de compra de votos nas eleições de 2016”. A decisão do TSE ocorreu na manhã de
ontem, dia 12/12/2019, determinando que haja nova eleição, o que deverá ocorrer
em março.
Com a cassação dos mandatos dos cargos majoritários, deve
assumir a Prefeitura, nas próximas horas, o presidente da Câmara, Alcirley
Lima, que exerce seu mandato de vereador pela terceira vez e tem sua base
eleitoral no distrito de Dr. Matos. Pelo que se sabe, Alcirley não deverá
concorrer ao pleito majoritário, que tem como protagonista Leonardo Orato
Rangel, o Léo Pelanca (PSC), que perdeu a eleição para Margareth em 2016 por
141 votos e foi quem impetrou ação contra a prefeita.
A ação movida por Leonardo, acusando compra de votos por
parte da prefeita eleita, foi atestada pela Justiça Eleitoral, que também investigou
o caso e determinou a cassação de Margareth e de Bruno, seu vice, em 2017. A
prefeita recorreu, mas o Tribunal Regional Eleitoral cassou a prefeita em 2018,
assumindo o presidente da Câmara na ocasião, Claudinei Melo.
Como a Câmara não poderia ficar acéfala, os vereadores
promoveram eleição para eleger um novo presidente. Venceu o Edil Alcirley Lima,
que continua no cargo. Todavia, como a prefeita, após 12 dias afastada,
conseguiu uma liminar para manter-se no cargo, Claudinei Melo retornou à Câmara
e ingressou na Justiça para reaver a presidência, da qual ele teve que
renunciar para assumir a Prefeitura. Sua alegação é que não fora convocado para
a eleição. No entanto, ele não era mais presidente naquele momento. Resta saber
se o seu suplente foi chamado para assumir sua vaga.
O imbróglio não permite uma previsão do que vai acontecer,
pois o Judiciário recebeu a ação movida por Claudinei há tempo e não se
pronunciou. Agora, a Promotoria, ao que parece, deseja que se realize uma nova
eleição para a presidência da Câmara. Não creio que isso ocorra, porém, a
decisão é do Judiciário, que deve se pronunciar nas próximas horas (ou dias).
A população de Italva está estupefata, pois desde a criação
do município, que se emancipou de Campos em 1986, jamais ocorreu algo parecido.
E mais: em 2016 foi a primeira vez que os italvenses elegeram uma mulher para a
chefia do Executivo. E pela primeira vez houve uma cassação de um chefe do
Executivo.
O caso se agrava porque, dependendo da decisão do Judiciário,
pode ser que o Executivo e o Legislativo fiquem acéfalos por um determinado
período. Ou seja, sem prefeito e sem presidente da Câmara. Algo inédito na
“Pedra Branca”, que até hoje tem, como expoente maior o prefeito Eliel de
Almeida Ribeiro, que morreu no primeiro ano de seu terceiro mandato, em 2009,
aos 55 anos de idade. E que deixou saudades.
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