O ex-vereador Marco Antonio Ricciardelli (PTB), conhecido
como Marquito, e mais 45 pessoas estão sendo investigadas
O juiz do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) do
Fórum Criminal de São Paulo Fabio Pando de Matos decretou a quebra de sigilo
bancário do ex-vereador Marco Antonio Ricciardelli (PTB), conhecido como
Marquito, e de outras 45 pessoas em uma investigação sobre prática de
"rachadinha" no gabinete de Marquito na Câmara Municipal de São
Paulo.
A prática de "rachadinha" consiste na devolução,
pelo servidor, de parte ou de todo o salário ao político que o contratou.
Marquito ficou conhecido como assistente de palco do Programa
do Ratinho. A decisão do juiz, tomada em novembro, acolhe pedido do Ministério
Público de São Paulo, que investiga há quatro anos.
A quebra de sigilo é referente ao período de 12 de janeiro de
2013 a 31 de março de 2016 e alcança funcionários do gabinete de Marquito, que
era suplente, e também servidores do titular do cargo, Celso Jatene (PTB). À
época, Jatene se afastou para assumir a Secretaria municipal de Esportes na
gestão Fernando Haddad (PT). Ele não é alvo da investigação da Promotoria. Nas
eleições de 2016, Marquito foi candidato a vereador pelo PTB, mas não foi
eleito.
Em março de 2016, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que
Marquito era alvo do Ministério Público paulista por suspeita de
"rachadinha" - o então vereador obrigaria assessores a devolver mais
da metade dos vencimentos. Além de quatro funcionários, um prestador de serviço
de gabinete admitiu ter devolvido salários ao então parlamentar do PTB.
Um servidor afirmou que, de R$ 14 mil de vencimentos, ficava
com R$ 2,3 mil - neste caso, até a restituição de Imposto de Renda teria sido
retida pelo ex-vereador. Já um terceirizado da área de Tecnologia da Informação
(TI) disse que emitia duas notas fiscais por mês, uma para seus serviços e
outra para que Marquito recebesse o valor. Um motorista, segundo as
investigações, fez relato semelhante. Todos esses valores teriam sido
devolvidos a um "chefe de gabinete informal" de Marquito, Edson
Roberto Pressi. Ele não era nomeado, mas matinha uma sala na Câmara Municipal.
Questionado pelo Estado à época, Pressi disse que não podia ser servidor por
integrar uma "congregação cristã". O sigilo de Pressi e de sua mulher
também foi quebrado.
Peculato
Para o juiz do Dipo, "segundo os elementos já constantes
da investigação, há fortes indicativos da ocorrência do crime de peculato, em
que figuram como investigados Marco Antônio Ricciardelli e Edson Roberto
Pressi". "Com efeito, há demonstração suficiente da materialidade
delitiva e a medida afigura-se como imprescindível para as investigações -
única providência capaz de contribuir eficazmente para o deslinde do
fato", anotou Fabio Pando de Matos.
As defesas de Marquito e de Edson Roberto Pressi não foram
localizadas pela reportagem até a publicação desta matéria para comentar a
decisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário