O que nós tivemos nos últimos dias foi a formação de um
sistema meteorológico que causou uma das chuvas mais intensas dos últimos 110
anos em Belo Horizonte.
Entre quinta (23) e sexta-feira (24), o volume de chuva
chegou a quase 172 milímetros. Foi o maior registro de chuva da história, num
período de vinte e quatro horas, na capital mineira. Esse sistema é a Zona de
Convergência do Atlântico Sul, conhecida como ZCAS, típica do verão. A ZCAS é
formada pela combinação de ventos em diferentes níveis da atmosfera.
Temos ventos no térreo, que corresponde aos níveis mais
baixos. Nos andares médios, que são os níveis médios da atmosfera e na
cobertura, onde ficam os níveis mais altos. Quando ocorre essa conjunção de
ventos em vários níveis, um corredor de nuvens carregadas se estabelece entre o
norte e o sudeste do país. E quando esse corredor fica por mais de 4 dias no
pedaço, temos a Zona de Convergência do Atlântico Sul.
Só que essa engrenagem toda recebeu um reforço na semana
passada: as águas do oceano mais quentes entre o Espírito Santo e o Rio de
Janeiro.
Na terça, dia 21, por causa das águas mais quentes do que o
normal, o sistema de baixa pressão atmosférica que estava sobre o mar se
intensificou. Esse sistema foi ganhando mais força ainda e com isso mudou de
status na quinta: virou uma depressão subtropical.
Na sexta (24), ele evoluiu para uma tempestade subtropical
Kurimí que significa menino, em tupi-guarani. O processo de formação desta
tempestade ajudou a aumentar a chuva no interior do Sudeste. Foi essa conjunção
de umidade, calor e vento que provocou essa combinação explosiva sobre parte do
Sudeste.
E a previsão para fevereiro é preocupante. Essa engrenagem
deve voltar a se organizar mais duas vezes, uma no início e uma no fim do mês.
Ou seja, a chuvarada ainda não acabou.
FONTE:CAMPOS 24 HS
Nenhum comentário:
Postar um comentário