A melhora do mercado de trabalho brasileiro em 2019, que
terminou o ano com taxa de desemprego de 11,9%, na média, foi puxada pelo
avanço da informalidade nas ocupações. Dados divulgados nesta sexta-feira pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no ano
passado, as relações sem vínculo oficial de trabalho atingiu 41,4% da força de
trabalho, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas, na média do ano. Este é o
maior contingente desde 2016.
O cálculo do IBGE leva em consideração a soma dos
trabalhadores sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem registro
formal, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar
auxiliar. Se comparado com 2018, um milhão de pessoas entraram nesse grupo no
período, batendo o recorde da série iniciada há quatro anos.
Segundo o IBGE, apesar de os dados apontaram para uma ligeira
melhora do número de trabalhadores, o número de empregados com carteira
assinada, com a expansão de 1,1% pela criação de 356 mil vagas — interrompendo
a trajetória descendente entre 2015 e 2018 —, esta não foi acompanhada pelos
indicadores de informalidade na passagem de 2018 para 2019.
Do acréscimo de 1,8 milhão no número da população ocupada em
um ano, 446 mil foram vagas sem carteira assinada, sendo que a maior parte —
958 mil — é referente a trabalhadores por conta própria, dos quais 586 mil sem
CNPJ.
Trabalhadores por conta própria
No trimestre encerrado em dezembro, a taxa de informalidade
atingiu 41% da população ocupada, com 38,7 milhões de trabalhadores. O
contingente é menor do que o registrado nos três meses encerrados em setembro,
quando o indicador bateu recorde da série histórica iniciada em 2016. A queda,
no entanto, é atribuída por questões sazonais do mercado de trabalho, como as
contratações temporárias de fim de ano.
O avanço de um mercado de trabalho com postos de menor
remuneração fez com que o rendimento médio do brasileiro ficasse praticamente
estagnado na comparação com 2018. A média anual foi de R$ 2.330, com pequena
alta de 0,4% em relação a 2018, quando foi de R$ 2.321.
Fonte: Extra
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